De acordo com a Lei Nº 6965 de 9 de dezembro de 1981 que dispõe sobre a regulamentação da Fonoaudiologia como profissão, fonoaudiólogo é o profissional que atua em pesquisa, prevenção avaliação e terapias fonoaudiológicas na área da voz, audição, no aperfeiçoamento dos padrões de fala e voz, assim como na comunicação oral e escrita. No entanto, poucos conhecem a atuação desta profissão nos distúrbios de aprendizagem, cada vez mais recorrentes no âmbito escolar.
Recentemente foi reconhecida uma nova especialidade dentro da profissão: a Fonoaudiologia Educacional. O fonoaudiólogo é competente para participar da Equipe de Orientação e Planejamento Escolar com aspectos preventivos ligados a assuntos fonoaudiológicos; realizando a promoção e prevenção de alterações auditivas, de linguagem (oral e escrita), motricidade orofacial e voz, visando otimizar o processo de ensino e aprendizagem. Porém, é vedado a este profissional realizar terapia dentro da escola, com exceção das escolas de educação especial.
As triagens podem ocorrer na escola visando caracterizar o perfil da comunidade escolar, como as triagens para detectar problemas de fala (alterações e/ou trocas fonêmicas) e auditivas, visando detectar precocemente perdas auditivas que podem interferir no aprendizado e desempenho do estudante.
O fonoaudiólogo pode (e deve) ser grande parceiro do professor, instruindo-o a ter um olhar diferenciado sobre o desenvolvimento infantil, instrumentando-o a fazer encaminhamentos precoces, assim como a desenvolver atividades que priorizem habilidades auditivas e de fala básicas para o processo de alfabetização, por exemplo.
Já com o aluno, quando chega ao consultório deste profissional são trabalhadas as habilidades de consciência fonológica, que permitem que a criança perceba a estrutura sonora das palavras e de suas partes. Inúmeras pesquisas mostram a forte relação entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita. Sendo assim, são trabalhadas habilidades como a rima, aliterações, consciência sintática, silábica e fonêmica.
Na rima, há correspondência a partir da sílaba tônica de duas palavras independente de sua grafia (ex: massa, caça). Já na aliteração, há correspondência no início e no meio das palavras. A consciência sintática é a capacidade de segmentar a frase em palavras e organizá-las numa sequência com sentido. A consciência silábica é a capacidade de dividir as palavras em sílabas, e a última que a criança tende a adquirir é a consciência fonêmica. Esta permite com que a criança analise os fonemas e faça a correta correspondência com as letras que os representam. Habilidade básica que permite a criança atingir o nível alfabético de letramento.
A Fonoaudiologia faz parte do grupo de ciências que estudam as funções cognitivas, dentre estas, a linguagem (oral e escrita), sendo o profissional capacitado para avaliar, orientar, habilitar e reabilitar essas funções cognitivas que permitem o aprendizado da leitura e escrita e, por consequência, das demais disciplinas do currículo escolar.