O Procon de Passo Fundo está recolhendo informações para dimensionar a situação dos consumidores que estão com passagens antigas acumuladas e não conseguirão utilizá-las até o prazo fixado pela Coleurb. Até ontem (29), o Procon e o Balcão do Consumidor registravam 11 reclamações oficiais de consumidores. As situações serão analisadas pelos órgãos de defesa do consumidor, Ministério Público e Coleurb em uma reunião prevista para o início de agosto, mas que ainda não tem data definida. As antigas passagens nas cores marfim, rosa e verde serão aceitas pela Coleurb até o dia 17 de agosto. A partir do dia 18, serão aceitas apenas as novas passagens nas cores amarela e vermelha.
O prazo fixado pela empresa Coleurb para a utilização das antigas passagens confirmou a existência um mercado paralelo de compra e venda de vale-transporte no município. De acordo com o coordenador do Procon em Passo Fundo, Alejandro Luna, quatro reclamações foram registradas no Balcão do Consumidor e outras sete no Procon, totalizando 11 queixas oficiais. Outros 12 casos foram captados pelo Procon nas redes sociais, mas que não geraram reclamações oficiais no órgão, e serão utilizadas como fontes de informações. “As reclamações que chegaram são de consumidores que compraram as passagens de forma legal, mas que acumularam algumas, outros que compraram em mercadinhos, mas agiram de boa fé, tem gente que comprou em mercados paralelos e pessoas que possuem até 600 passagens acumuladas como forma de investimento”, revelou Luna.
Conforme o coordenador do Procon esta forma de investimento consiste em pessoas que compram passagens para revender, revendem quando o preço aumenta ou utilizam para comprar produtos. “As passagens se tornaram moeda de troca substituindo o Real. E isso é ilegal. Tem até cotação de preços. São vendidas entre 1,90 e R$ 2,10. A Coleurb é a única responsável por emitir vale-transporte”, destacou o coordenador do Procon.