Foi assunto na mídia dessa semana a inauguração de uma indústria, no Brasil, com a finalidade de produção de mosquitos geneticamente modificados para auxílio no combate à dengue. Essa tecnologia vem sendo pesquisada desde 2002 onde ovos do mosquito Aedes aegypti (responsável pela transmissão da dengue) foram inoculados com DNA de dois genes, sendo que um impede que o mosquito chegue a fase adulta. Os machos produzidos, são liberados na natureza e ao cruzarem com a fêmea (responsável pela incubação e transmissão do vírus da Dengue), produzem descendentes que morrem antes de chegarem à fase adulta. Dessa forma reduzindo a quantidade de mosquitos adultos e consequentemente reduzindo a transmissão do vírus para a população humana.
No Brasil, essa técnica, já foi testada na cidade de Juazeiro – BA, onde verificou-se uma redução de mais de 80% da população selvagem de mosquitos e outros estudos apontam para uma redução de mais de 90% dos mosquitos de Aedes aegypti na forma nativa. A empresa Oxitec, instalada na cidade de Campinas – SP, tem uma capacidade instalada para produzir até 500 mil insetos/semana e tem uma previsão de chegar 2 milhões de machos/semana. A liberação do uso dessa tecnologia em grande escala ainda necessita de liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar as operações em municípios que contratariam seus serviços.
A dengue, é uma das doenças tropicais, com elevada incidência na população brasileira, com mais de 600 mil casos no primeiro semestre desse ano com aproximadamente 250 óbitos ocorridos pela doença nesse período.
Têm-se, dessa forma, apesar de todas as discussões (fundadas e algumas infundadas) uma nova opção de combate à doenças tropicais para o Brasil e obviamente para inúmeros outros países, com por exemplo o continente africano, onde diariamente inúmeras pessoas perecem por doenças transmitidas por artrópodes como dengue e malária.