O chefe da base avançada do Ibama em Passo Fundo, Flabeano de Castro, disse ontem que a manutenção do órgão no município não tem uma definição. Segundo ele, no ofício encaminhado pelo presidente substituto do Ibama, Fernando da Costa Marques, para o superintendente do Ibama no Rio Grande do Sul, João Pessoa Riograndense Moreira Júnior, ele menciona apenas que ‘neste momento’ não há previsão para fechamento da Base. A nota fala ainda sobre a indisponibilidade de cargos e que não há intenção para transformar a Base em escritório regional.
Castro avaliou a resposta do presidente substituto como uma derrota. “Já sabíamos que o fechamento não pode ocorrer este ano em razão das eleições. A previsão é para 2015. Ao anunciar que não existem cargos para transformar a Base em escritório permanente está decretando o fechamento, até porque as bases são temporárias” avalia.
A notícia sobre o fechamento da unidade de Passo Fundo vem sendo cogitada desde 2007, a partir da criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. A mudança provocou transferência de pessoal e de patrimônio para o novo Instituto. Dos sete escritórios regionais que existiam no Rio Grande do Sul, três deles nas cidades de Passo Fundo, Caxias do Sul (já fechado), e Tramandaí, foram rebaixados para a condição de Base Avançada, atuando com uma estrutura mínima. Foram mantidos escritórios em Bagé, Rio Grande, Uruguaiana e Santa Maria. Com a divisão, a intenção é manter apenas 60 unidades em todo o Brasil.
Preocupados com a perda do órgão que cobre uma área de 51 municípios em toda a região de Passo Fundo, lideranças políticas, ambientalistas e Ministério Público Estadual e Federal realizaram uma série de mobilizações nos últimos sete anos, na tentativa de reverter o quadro.
A mais recente delas aconteceu em maio deste ano, através de uma audiência pública no auditório do Ministério Público Estadual, com a presença de Moreira Júnior. Na oportunidade ele não só defendeu a permanência do órgão, mas também o seu fortalecimento, retomando a condição de escritório.
O próprio superintendente destacou que a Base atende assuntos de atribuições federais, como a questão indígena, fauna, flora, tráfico de animais e escoamento de madeira, considerados critérios fundamentais para manutenção do órgão na região.
Nesta quinta-feira, Moreira Júnior participa de uma reunião, em Brasília, com o presidente substituto Fernando da Costa Marques. A manutenção do órgão em Passo Fundo será um dos assuntos da pauta.