Safrinhas que vêm se transformando em safrões. Essa é a realidade dos últimos anos no Centro-Oeste do país. A colheita do milho já começou na região com registros de produtividade recorde para a época: cerca de 140 sacos por hectare. Esse número chega a ser maior do que o registrado na última safra gaúcha. A falta de chuva no mês de dezembro derrubou a expectativa de maior produção nos campos do Rio Grande do Sul.
Por outro lado, o excesso de chuva adentrou o mês de julho no Centro-Oeste e garantiu os bons números para o milho no período de entressafra. O incremento pode chegar a 30% segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento. A elevada produtividade vem na contramão da área destinada ao grão. Em 2014, houve redução de hectares de milho na região.
O cenário favorável no Centro-Oeste movimenta a balança comercial no restante do país. ?"Isso faz com que o preço do milho não suba. Com poucos contratos de exportação, a pressão do estoque pode até derrubar o valor do grão,?" explica o engenheiro agrônomo e diretor do Grupo FLOSS, Luiz Gustavo Floss. Os baixos preços de comercialização são um dos motivos da provável redução de área prevista para a safra 2014/2015 no Rio Grande do Sul.
No último ano, o grão deixou de ser semeado em cerca de 300 mil hectares aqui no estado segundo a Emater. Os produtores têm preferido investir na soja, cultura com menor custo e maior valor de mercado. Para a próxima safra, a expectativa é novamente de redução de milho. Por outro lado, estima-se um aumento significativo na área de soja que pode chegar a 100 mil hectares.
Estoque parado
O Mato Grosso do Sul continua escoando o milho da safra passada. Nos primeiros cinco meses de 2014, o Vietnã comprou 54 mil toneladas do milho sul-mato-grossense e ficou no topo do ranking das exportações, seguido pela Malásia, com 30,2 mil toneladas, e Japão, com 27,4 mil toneladas. Do volume total de milho safrinha já comercializado antecipadamente pelos agricultores sul-mato-grossenses, cerca de 200 mil toneladas sairão do campo direto para os portos brasileiros, ponto de partida das exportações.
Alta produtividade do milho safrinha estabiliza preços
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