No ano de 2012 a Petrobras anunciou um plano de desinvestimentos, o período de duração compreenderia os anos de 2012 e 2013. O objetivo do plano seria o “contratar menos dívida, ir menos ao mercado financeiro. Com investimento tão alto não dá para atender a demanda total por recursos financeiros...", alertou Graça Foster ao se referir ao plano de negócios 2012-2016 de 236,5 bilhões de dólares.
A venda total ou parcial de ativos previstos no plano de desinvestimento acontecerá naquelas unidades com menos sinergias com a Petrobras. Com a venda desses ativos, a Petrobras poderá manter seu caixa equilibrado pelos próximos anos.
Os efeitos do plano de desinvestimentos da Petrobras contribuem para o baixo crescimento da economia brasileira nos últimos trimestres, basta olhar para a cidade de Rio Grande aqui no Rio Grande do Sul, onde ao não contratar novas plataformas de petróleo, o desemprego aumentou, os aluguéis e o preço dos imóveis baixaram e os trabalhadores que migraram para a cidade de Rio Grande retornaram para duas cidades de origem. Portanto os efeitos do plano de desinvestimentos e da reprogramação dos investimentos são diretos e indiretos e ajudam a alimentar o temor sobre os rumos do Brasil.
Outro fator que deixa o mercado um pouco receoso e alimenta o medo com relação ao futuro quanto à capacidade de retomado dos investimentos da Petrobras, é a política de subsídios dos preços dos combustíveis praticados pelo governo, uma renúncia fiscal estimada em R$ 1 bilhão por mês no ano de 2013. Por outro lado a Petrobras tem conseguido surpreendentemente aumentar a produção de petróleo da área do pré – sal, o que tem alavancado o valor de mercado da companhia e o próprio governo tem sinalizado com um reajuste nos preço dos combustíveis o que daria condições da Petrobras retomar os investimentos, pois nos anos de 2003, 2007 e 2010 os preços internos superaram os preços do mercado externo.
Outro fator que leva a uma percepção real de quebra de confiança são as desonerações fiscais para manter a atividade econômica e a não elevar os preços dos combustíveis e que impactou nas contas públicas municipais foi que em junho de 2012 foi instituída a isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), que fez com que os municípios perdessem arrecadação e o governo federal perdesse uma fonte de recursos importante para a manutenção e conservação das rodovias federais. Os prefeitos eleitos e reeleitos em 2012, ao assumirem as gestões em 2013 se deparam com um grave problema econômico e financeiro o crescimento das receitas municipais são inferiores ao crescimento das despesas. Para os analistas do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a estratégia causa distorções no mercado e beneficia também consumidores de automóveis de luxo, como utilitários esportivos e muitas distorções nas contas públicas.
As saídas encontradas pela Petrobras segundo José Carlos Cosenza, Diretor de Abastecimento da Estatal será o aumento em 4% a produção de derivados no segundo semestre, para 2,240 milhões de barris por dia, em relação aos primeiros seis meses do ano. Isso vai ocorrer com a entrada em novembro da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do melhor uso da infraestrutura logística da companhia. A estatal pretende elevar em 51% a exportação de petróleo, para 250 mil barris por dia. Além disso, informou que vai aumentar em 20% a oferta de gás natural, para 48 milhões de metros cúbicos, no 2º semestre deste ano em relação ao início deste ano (Fonte: O Globo).
Enfim, não podemos afirmar que o Brasil vive ou viverá o “armagedom”, mas que o Brasil devera enfrentas grandes desafios é inegável, mas sempre será possível se reinventar, voltar a crescer e recuperar a confiança do mercado, porém devemos assumir e reconhecer que por vários anos deveremos exportar petróleo e importar gasolina e diesel, pois a capacidade de refino não aumentou e nem aumentará na mesma velocidade de exploração de petróleo. O Brasil precisará conviver com isto por vários anos, e cada vez mais dependente da Petrobras. Afinal, é a energia que move o mundo.
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