Um solo fértil nem sempre é suficiente para garantir a boa produção agrícola. As característcas físicas do solo são tão importantes quanto a fertilidade para o bom desenvolvimento das culturas. Quando a terra está compactada ela dificulta a inflitração da água das chuvas, bem como pode diminuir o crescimento e a profundidade das raízes das plantas, o que pode comprometer o crescimento. Um trabalho de pesquisa desenvolvido na UPF criou um novo método capaz de avaliar as condições de compactação do solo e ajudar o produtor na tomada de decisão sobre a melhor forma de recuperar áreas que apresentam o problema.
O novo método foi divulgado em uma publicação internacional intitulada “Applications of Soil Physics in Environmental Analyses, Measuring, Moddeling and Data Integration”, da Editora Springer, da Suíça. O professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e do Programa de Pós-Graduação em Agronomia Vilson Klein explica que normalmente os estudos do solo estão mais relacionados às caracteristicas químicas e não tanto às físicas que acabam ficando em segundo plano. “Esse livro demonstra muito a importância dessa área e a sua interrelação com as demais. Não adianta solo com alta fertilidade, se a física não estiver boa o solo não vai produzir adequdamente”, apresenta.
O método apresentado na publicação internacional foi desenvolvido ao longo de vários anos de pesquisas com o objetivo de encontrar uma forma de quantificar se o solo está adequado do ponto de vista físico ou se tem problemas. “Temos contribuição importante do sistema de plantio direto que não revolve a terra e essa compactação acaba se acentuando. Essa compatação acarreta inúmeros problemas desde redução no desenvolvimento das plantas, redução da infiltração das águas e temos efeito sobre as plantas e o meio ambiente”, justifica sobre a importância do trabalho.
A principal dificuldade era de se avaliar avaliar de forma fácil se o solo está ou não compactado. Isso porque se tem uma variação grande de solos agrícolas que podem ter características mais arenosas ou mais argilosas. “Isso dá parâmetros completamente diferentes. O que conseguimos fazer foi ajustar modelos matemáticos que definam uma densidade. Para isso, se coleta uma amostra na condição natural, para dizer qual o nível de compactação o soloapresenta e dizer se está ou não compactado independente do tipo. Esse foi o grande diferencial dessa metodologia”, explica.