O Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso) reuniu nesta segunda-feira (18) diretores de 22 escolas para discutir a determinação de extinguir o pagamento do Regime Especial dos professores que desempenham cargos de coordenação dos programas federais Mais Educação, Turno Integral e Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE. Segundo o presidente da entidade, Marcelo Domingues Ebling, ao longo da semana passada, os gestores das escolas foram informados – ainda verbalmente - em reuniões individuais da extinção do benefício. “Até o momento não há formalidade das decisões, ou seja, as comunicações da perda do benefício foram feitas verbalmente, afrontando princípios constitucionais da Administração Pública”, disse Ebling.
Na maior escola municipal de Passo Fundo, São Luiz Gonzaga, a medida da Prefeitura deve afetar pelo menos oito professores. Segundo a diretora Marinês Sheffer, ela foi comunicada também verbalmente, de que o benefício seria cortado dos professores que trabalham como os auxiliares de disciplina (responsáveis pela segurança dos alunos na entrada, saída e no intervalo das aulas), dos coordenadores do Mais Educação (um para cada turno), professores do EJA, laboratório de informática e ainda do PDE. “Oficialmente eles ainda não estão assumindo esta determinação, mas mandaram a gente se organizar sem estes profissionais”, revela.
A diretora ainda ressalta que não há como manter o Programa Mais Educação sem uma coordenação por turno. “Não são 10, 20 crianças, são 145 alunos que inclusive almoçam na escola e alguém tem que organizar tudo isso. Não existe um critério para retirada destes professores. Por isso, a nossa decisão é não aceitar e tentar o máximo de negociação possível. Não esperávamos por isso, este modelo de gestão que vem de cima para baixo, sem considerar que a qualidade no ensino passa pelo respeito e pelo investimento”, afirmou a diretora. A escola tem 904 alunos que frequentam o ensino fundamental nos turnos da manhã e tarde, seis oficinas do mais educação, as atividades do PDE e ainda o EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Margarete Roseli, diretora da escola municipal Urbano Ribas, também recebeu a comunicação na última quinta-feira (14) de que o coordenador do Mais Educação deveria ser dispensado das 20 horas de trabalho que ele dedica ao programa. Ele é responsável pela seleção dos alunos do programa, organização das oficinas, aquisição dos materiais e ainda coordena 106 alunos e cinco monitores nas oficinas de vôlei, futsal, música, canto coral e apoio pedagógico. “Para nós fica inviável manter o Mais Educação sem este coordenador. É uma perda imensa para os alunos e para as famílias que sabem que as crianças estão em um lugar seguro e educativo no horário contrário das aulas”, relata.