Logo que se cogitou o nome do deputado Beto Albuquerque para recompor a chapa do PSB que concorre à presidência da República, as evidências apontavam claramente em sua direção. O clima pesaroso que envolve o Partido Socialista e toda a comunidade brasileira, pela trágica morte de Eduardo Campos fazia sentir um clamor urgente por um nome colhido na gema partidária e de comprovados valores éticos e políticos, a fim de cumprir um desejo de luta e ideologia na disputa presidencial. E Beto Albuquerque, um passo-fundense, no desabrochar de sua experiência democrática, tem muito a oferecer na condição de vice de Marina Silva. Ainda que o contexto histórico aponte para uma solução lógica, o fato se apresenta como inédito para a história política da sesquicentenária Passo Fundo. Não só sua estrondosa trajetória eleitoral, mas o somatório de pendores pessoais de liderança, confirmam Beto como figura inconfundível para prosseguir na luta socialista.
O tempo é voraz
Acontecimentos como a morte de Eduardo Campos só podemos absorver na vala do imponderável. Ele era liderança que diligenciava no tempo certo a programar tudo. Sem saber, no entanto, que a suprema vontade do criador programou diferente da compreensão humana. O tempo faz mudar as coisas mais do que possamos ponderar. É a voz implacável e voraz em meio aos sonhos e desejos, que se tornam efêmeros ao chamado fatal. É difícil entender o óbvio em frase lapidar dos relógios da Europa, sobre as horas: Todas ferem! A última mata!, ou “omnia vulnerant. Ultima necat!”
Vida literária
Constatamos uma forma de retorno a respeito da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo. Minha sobrinha Cristina, hoje mestra em Letras, lecionando em Canoas, discorreu com muita propriedade sobre as obras do autor João Ubaldo. Ele esteve em Passo Fundo quando participou de conversa com o autor através da jornada. O conhecimento para quem faz contato com os autores torna-se inabalável, segundo a própria Cristina reconheceu ao ilustrar a palestra aos alunos. Valeu a pena sua vinda de Santa Maria para os dias da jornada.
Repugnância
Por trás da silhueta de médico responsável e insuspeito revela-se a face criminosa do médico Roger Abdelmassih, que perpetrou pelo menos 52 crimes hediondos, abusando de sua condição de médico. As vítimas desse monstro revelaram repugnância à pessoa do médico Roger, mas muitas delas potencializaram surpreendente coragem para denunciar e ajudar a condenar o estuprador a 278 anos de cadeia. Assim deve ser em relação a outros fatos. Vítimas devem denunciar, para mudar as coisas.
Retoques:
* Se depender do palanque político o Brasil terá uma grande solução para seu futuro. Todos prometem prioridade na educação!
* Precisamos aprender a ouvir. Inclusive aos candidatos. Os formadores de opinião não podem ser irresponsáveis a ponto de sair condenando genericamente o debate eleitoral. Com os vazios e discursos insinceros, não há outra forma senão ouvi-los. Pior que o Faustão não será! Mas ouvindo os candidatos, certamente saberemos escolher ou eliminar a possibilidade de voto. Olha! Campanha eleitoral é como filho adolescente. Ouvir ainda é o melhor critério.
* Algumas coisas estão mudando na estratégia da Igreja Católica. Parece temerário concentrar demais as atenções em determinados grupos pré-elaborados. A cooperação não pode ficar restrita ao grupo. Todavia, reunir-se em grupos é sempre bom, contando com a vigilância da autocrítica, que preserva o sentido de que somos todos filhos de Deus. É nossa modesta opinião interpretando a voz do Papa Francisco.
* Não é possível silenciar diante da persistente falta de caráter das pessoas que despejam lixo em áreas de preservação. No mato do Bosque tem gente levando de carro o lixo que deprime a natureza. É gente que tem algum poder econômico e deveria ter educação, mas não tem ética.