O Movimento pela Paz Sepé Tiaraju reúne até sábado (30) em Passo Fundo diversas pessoas, organizações e grupos que trabalham pela paz. A comunidade será beneficiada com atividades que visam o enfrentamento da violência e da exclusão social por meio da educação e da construção de uma cultura pacificadora. Serão realizadas simultaneamente 85 oficinas, além de conferências e workshops. Mais de 1,2 mil pessoas estão inscritas só nas oficinas coletivas. A estimativa inicial é que o movimento atinja mais de 4 mil pessoas. O movimento é uma realização do Ministério Público Estadual com outras 40 instituições parceiras. Todas as atividades são gratuitas.
O projeto iniciou em Santo Ângelo em 2011 e espalhou-se para outros municípios do Estado como Santa Maria, Porto Alegre, Palmeira das Missões e, agora, Passo Fundo. A violência e a dificuldade de estabelecer um trabalho conjunto entre a escola, família e sociedade em geral motivou a necessidade da criação do movimento. Esses problemas interferem diretamente na vida escolar dos jovens que abandonam os estudos ou reprovam. Isso tudo contribui para a marginalização de um grande número de estudantes, principalmente os das camadas menos privilegiadas, que acabam no caminho da violência.
A ideia do movimento é mobilizar atores sociais que juntos desenvolvam ações de enfrentamento da violência. “O movimento visa organizar, articular, plantar sementes para resgatar valores na escola, na família e na sociedade. Não adianta apenas reclamarmos, criticarmos, contestarmos. O movimento traz a chance das pessoas e oficineiros mostrarem na prática ações de direitos humanos, valorização da vida e de cultura de paz”, declarou a promotora regional de Educação, Ana Cristina Ferrareze Cirne.
Destaques da programação
A programação inicia hoje, às 17h, no Auditório do Ministério Público, com o Workshop “Execução de pena: questão de educação”, com o promotor de justiça com atuação na Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Gilmar Bortolotto, e com o promotor de justiça criminal de Passo Fundo, Álvaro Poglia. “Resolvemos trazer a questão do cumprimento de penas de condenados no regime penitenciário, porque muitos adolescentes infratores e apenados tem um histórico de violência. O presídio hoje é um mero recrutamento de mão de obra para o crime. Precisamos saber como prevenir, como recuperar”, destacou a promotora Ana Cristina.
Na manhã de sexta-feira está previsto 74 oficinas individuais em diversas escolas de Passo Fundo e outras 11 oficinas coletivas. Um painel sobre “Os desafios da Educação na atualidade: em busca do herói interior e seus valores” com a médica psiquiatra, Drª Anahy Fagundes Dias Fonseca, abre a programação da tarde. No sábado (30), haverá uma atividade de encerramento com ações culturais e recreativas na Praça Tamandaré, a partir das 9h30.