OPINIÃO

Mudanças no cenário eleitoral

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Pesquisa Ibope divulgada em 26 de agosto, onde foram entrevistados 2.506 eleitores, entre os dias 23 e 25 de agosto que incluiu pela primeira a candidata Marina Silva, os resultados apontam que a presidente Dilma Rousseff (PT) segue na liderança, com 34% das intenções de voto, seguida pela candidata do PSB, Marina Silva, com 29%, enquanto o senador Aécio Neves, do PSDB, aparece com 19%. 

No entanto, no segundo turno, Marina seria eleita, com 45% dos votos, contra 36% de Dilma. Numa simulação entre Dilma e Aécio, a presidente venceria por 41% a 35%. Esse resultado acendeu a luz vermelha na campanha do candidato Aécio Neves e a luz amarela na campanha de Dilma Roussef.

As luzes acesas refletem um novo cenário eleitoral, tanto para Dilma quanto para Aécio, pois ambos haviam se preparado para uma eleição, porém com o impensável acidente que vitimou Eduardo Campos, as eleições mudaram radicalmente nos últimos dias, penso que não foi somente a comoção popular, mas a grande exposição nacional naqueles dias que sucederam o acidente de Campos, que alavancaram Marina Silva, no entanto em outubro de 2013 a candidata Marina tinha os mesmos 29% das intenções de voto que possui em agosto de 2014.

O candidato do PSC Pastor Everaldo, tinha entre 3% e 4% das intenções de voto, seu plano inicial era duplicar essas intenções com o objetivo de influenciar no segundo turno das eleições presidenciais. Marina Silva tirou os votos evangélicos do pastor, um efeito colateral da verdadeira limpa que Marina fez, acrescentando nada menos que 20 pontos aos 9 que Eduardo Campos tinha na última pesquisa Ibope: Dilma e Aécio perderam 4 pontos cada; os candidatos nanicos perderam 3 pontos no seu conjunto; a taxa de votos nulos ou em branco caiu 6 pontos; e a de indecisos, outros 3 pontos.

Esse cenário atual aponta para algo muito parecido com o que aconteceu em 2002, naquele ano o Candidato Serra do PSDB disputava com o Candidato Lula do PT. Serra teve naquela eleição o maior tempo de televisão, os maiores partidos nacionais na sua coligação e perdeu para um Lula com menor tempo de TV, porém mais moderado e paz e amor. Sessões regionais do consórcio político de Serra em 2002 abandonaram o mesmo e passaram a fazer campanha para Lula, o resultado foi a vitória de Lula.

Nesse momento das eleições de 2014, vários partidos nacionais e principalmente as sessões regionais devem estar pensando em debandar da candidatura Dilma, e tentar salvar-se na candidatura Aécio, caso a vitória de Marina se consolide e deixe de ser somente uma onda. Ressalta-se que os partidos que formam o consórcio de Dilma, aliaram-se pelo motivo que consideravam inevitável sua vitória, nesse momento podem estar lamentando não ter pulado do “barco antes”, como fizeram setores do PMDB, do PP e do PTB.

Nesse novo cenário, o PSDB poderá “beijar a lona”, sem um projeto consistente e Aécio poderá ser cristianizado. Aécio pisou em Serra (2002), Alckmin (2006) e novamente em Serra (2010), e ambos estão dando troco em 2014, pois nos programas de TV em São Paulo, não atrelam suas imagens com a de Aécio. Definitivamente o PSDB é um partido de amigos, formados por inimigos.

O plano de Aécio e Campos, que era derrotar o PT poderão ser executados por Marina Silva, acreana, ex- petista, ex-ministra do meio ambiente no Governo Lula que terceirizou a proteção das florestas e parques nacionais para o Instituto Chico Mendes, da qual se diz amiga e deverá trazer a memória dele para buscar se contrapor a polarização PT versus PSDB.

Nesses últimos 20 anos PSDB e PT polarizaram o cenário político nacional, essa polarização sufocou, criou um diminutivo do menos pior, o que impede a população de sonhar, de criar novas expectativas, de ousar em novos caminhos. Parece-me que tanto o PSDB e o PT afastaram-se das ruas e dos intelectuais, com tons gerenciais e discursos burocráticos esqueceram que o povo brasileiro quer um líder que os guie e inspire para os desafios do futuro. Por fim a Marina de hoje é o Lula de 2002.

 

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