OPINIÃO

Livrai-nos do mal

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Alguns gêneros do cinema fazem ciclos ao longo da história. O cinema de horror nasceu ancorado na forte religiosidade da sociedade do começo do século XX, e inspirado pelo horror gótico da literatura. Atravessou por um tempo em que o medo saiu do terreno religioso e abordou o medo que vem de fora – o alienígena – e assumiu que o maior horror pode não ser sequer espiritual, mas bem humano ( os assassinos seriais, os psicopatas, os torturadores, o ser humano em sua pior forma). Temas transversais sempre coexistiram com as ideias principais de cada tempo desse ciclo. Ultimamente, o sobrenatural tem se sobressaído no gênero, e não especificamente por algum fervor religiosos, mas porque o medo do desconhecido ainda é um dos maiores combustíveis desse gênero. Temos hoje o ciclo de zumbis e possessões. “Livrai-nos do mal”, em cartaz em Passo Fundo, é mais um da safra de filmes do estilo que têm chegado todos os anos aos cinemas. Susto, todos eles conseguem oferecer. O que diferencia alguns filmes, como “Invocação do Mal”, de James Wang, dos filmes comuns é a capacidade de construir esse susto de forma constante e suas características estéticas. Não assisti a “Livrai-nos do Mal”, que tem um ator que não me convence (Eric Bana), mas se seguir pelo mesmo caminho de “Anabelle”, vai oferecer sustos, mas no fim não vai conseguir alcançar aquele nível extra que diferencia os filmes competentes em reações dos filmes realmente diferenciados. Besteira falar do que ainda não se viu, mas ando meio descrente de encontrar algo realmente inovador ou competente no gênero como um todo – o filme de Wang, de dois anos atrás, foi uma grande surpresa.

BOYHOOD
Um filme gravado ao longo de 12 anos, acompanhando o desenvolvimento de um garoto da infância à adolescência. “Boyhood” , de Richard Linklater, é magistral pela forma como escapa das armadilhas de se render a formulismos e construir, no fim, uma obra acima de tudo humana. Não existem dramas maiores do que a própria vida. Espero que o filme encontre espaço no circuito de Passo Fundo.

RESUMÃO DE SÉRIES
Z NATION – é engraçado e divertido, no início, acompanhar a série zumbi da produtora Asylum, mas a graça começa a perder espaço para a precariedade do roteiro e a tentativa de emular situações dos filmes da produtora (como o tornado zumbi ou o tsunami zumbi) e a série começa a ficar cansativa.
FLASH – torço para que os produtores fujam do esquema de criar uma série em episódios isolados que se resolvem neles mesmos e não façam os episódios fazerem jus ao personagem também na condução da história. Tudo se resolve muito rápido (que ironia), personagens mudam de ideia em alguns segundos, soluções mágicas surgem na mente dos personagens instantaneamente.
GOTHAM – uma surpresa para quem esperava uma versão DC de “Smallville”. Não há pressa em desenvolver os personagens, e a série não encerra-se dentro de episódios isolados, mas vai desenvolvendo-se de um episódio a outro.

Gostou? Compartilhe