OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini - 11/09

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Ficha limpa
É possível contabilizar conquistas eleitorais de efeito democratizante dignas de serem celebradas. Duas delas podem ser citadas como relevantes na afirmação da consciência popular, resgatando o respeito à palavra. A primeira é o respeito que se passou a conferir às manifestações de rua. São movimentos que definiram a formação do espírito crítico nacional, embora a leitura sobre os fatos dependa do passar do tempo. Não importa, o que vale é sabermos que a manifestação de rua não é apenas um espectro que ameaça a ordem e o progresso. As ruas têm voz, que canta, que chora e que reclama em estado de legitimidade. Culturalmente está derrotado o conservadorismo elitista. Quem se arvora juiz do povo, imediatamente pode ser denunciado na tribuna das ruas e ser acusado de corrupção e abuso. Este conceito de democracia não é sectário. Depende do julgamento da proporia história. A segunda versão democrática é a aplicação do filtro Ficha Limpa.

Judiciário
Justamente nesta visão vem repercutindo construtivamente a iniciativa do presidente do STJ Francisco Falcão, que submete os candidatos às vagas daquela corte judiciária a uma filtragem. O primeiro momento é a Polícia Federal que informa sobre a vida pregressa do pretendente. Seguem as informações da Abin e do CNJ. Logicamente os sensores da porta de entrada para a corte federal são poderosos e detectam tudo. Sem moralismos, qualquer sujeirinha pode tumultuar a pretensão ao Tribunal de Justiça de Brasília. É ato coerente com a conquista democrática que conhecemos como ficha limpa, aplicada ao judiciário.
Rodoviária
Erroneamente cultivou-se certa desconsideração cultural em relação a um local de uso público como é a estação rodoviária. Diferente da evolução havida em outras culturas, o status no Brasil reserva locais magníficos para estacionamentos de veículos particulares. Rodoviária é coisa comum. Não tem status e pode ser menosprezado. Os governos, mesmo os ditos mais socialistas nunca privilegiaram a rodoviária como priorização das questões coletivas. O automóvel sempre foi e sempre será a coisa mais importante deste país.

E a nossa?
Estação rodoviária limpa, bonita e segura, se existir, é uma exceção no interior do estado. A nossa estação, em que pese a importância como centro de ligações rodoviárias do estado, não anda bem no aspecto da segurança. É uma questão de interesse público e dever do estado. Nossa Rodoviária, situada numa zona muito conflagrada vem desafiando as pessoas que precisam viajar de ônibus. A presença de pessoas inconvenientes aos que querem viajar de ônibus e a ameaça de delinqüentes que frequentam as imediações com extrema facilidade, torna quase sinistra a permanência no local.

Coletividade
A extrema importância social da estação rodoviária merece solução melhor, especialmente na segurança. E é possível mudar o foco.
Retoques:
* Um tema para refletirmos sobre as tais hegemonias do gauchismo precisa ser examinado sob o aspecto da eficácia, nesta semana Farroupilha. A cultura do trigo, por exemplo. Com o aumento do uso da tecnologia no cerrado, o trigo brasileiro pode mudar de berço. O aumento do plantio de trigo nesta safra chamou atenção sobre a adaptação de sementes novas que suportam melhor os climas quentes ou mais secos.
* A atuação da Polícia Federal de Passo Fundo tem sido satisfatória em relação aos casos de atrito entre índios e agricultores. Com a morte de dois colonos, de maneira brutal, aproximadamente vinte índios serão indiciados no inquérito, segundo o delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes.
* É preciso desmistificar esta história de que índio criminoso não é punido!
* Externamos nossos sentimentos à família do saudoso Roberto Justi, que trabalhou conosco no Jornal ON nos anos 80 e falecido na segunda-feira.

 

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