A noite urbana é carregada por muitos encantos e outros tantos mistérios. Tem a cor exercida pelas luzes dos postes, tons noturnos que oscilam pelas ruas e avenidas. Essas luzes indicam caminhos e excitam o nosso insaciável instinto de busca. É um convite para sair por aí.
Desvairados, de esquina em esquina vivemos a sedução pelo inesperado. Aqui temos a cerração, um condimento noturno com os mesmos efeitos mágicos da bruma ou do nevoeiro. Somos personagens neste cenário perfeito em que as curvas são turvas.
Não estamos sós, os muros e os portões parecem caminhar ao nosso lado. Silêncio assustador ou barulho infernal definem o gênero do nosso papel. Latidos ao longe, um gato cruza a calçada e o vento atira uma folha seca no caminho. Cada passo é uma cena e vislumbramos a próxima esquina.
A adrenalina noturna é irmã da boemia e nos conduz de esquina em esquina. A noite é um sonho de vida e seus mistérios vão ficando pelas esquinas. Então seguimos assoviando e cantarolando em busca do encanto, que estará ali na próxima esquina.