A gaita é um instrumento grande e com aparência robusta com o seu sem fim de teclas e o fole que precisa encher e esvaziar sem perder o ritmo. Engana-se, porém, quem pensa que apenas as mãos dos homens têm força e habilidade para tirar dela o som característico que anima os fandangos e dá um ritmo especial às músicas. Em Passo Fundo uma adolescente de 17 anos toca o instrumento com exímia habilidade e já venceu diversos concursos pelo Estado.
A jovem Ariani Marques, 17 anos, começou a tocar gaita aos nove anos orientada pelo gaiteiro Alceu Dorneles. O interesse pelo instrumento surgiu durante uma viagem de família. “Fomos na casa de uma amigo do pai e ele tinha uma gaita. Como de costume tocou pra gente ver. Nesse tempo eu tocava teclado e ele me ofereceu a gaita pra tocar. Eu toquei só usando o teclado da gaita e meu pai puxando o fole porque eu não tinha força”, lembra sobre o primeiro contato. Ariani participa do Departamento Tradicionalista do Clube Recreativo Juvenil e conta que na família não há parentes próximos que também toquem o instrumento.
Ao longo desses oito anos de dedicação à música tradicionalista, Ariani já ganhou vários prêmios. Entre eles estão o Rodeio Internacional de Vacaria, Rodeio Internacional de Passo Fundo, Rodeio Internacional de Tramandaí, Rodeio Internacional de Lagoa Vermelha, Rodeio Internacional de Marau, Rodeio Internacional de Soledade, e rodeios de Imbé, Muçum, Encantado, Carazinho, Nova Prata, Nova Araçá, Ilópolis, Putinga, entre outros. “Na maioria deles fiquei em primeiro lugar na gaita piano e em primeiro lugar no interprete solista vocal feminino. Meu prêmio mais importante foi o Rodeio Internacional de Vacaria, onde conquistei o segundo lugar na gaita piano juvenil”, destaca.
Embora colecione prêmios, Ariani tem um objetivo claro. “Hoje a minha principal motivação para continuar tocando é o sonho de ganhar um Enart tanto na gaita quanto no vocal, onde já estou classificada para a final”, finaliza.
A gaita
A gaita foi introduzida no Rio Grande do Sul junto com a imigração italiana e se adaptou rapidamente ao casamento com o violão e o bumbo leguero. O trio, conforme destaca a pesquisa realizada pelo Departamento Tradicionalista do Clube Juvenil para a Mostra da Cultura Gaúcha, fortaleceu os vínculos da musicalidade com a personalidade latino-americana e ajudou a difundir a música e a dança pelos galpões.
Para ler ouvindo:
Gaiteiro por demais - Porca Véia