O primeiro contato que as crianças e jovens têm com entidades tradicionalistas na maior parte das vezes acontece por meio da dança. Quando entram nas invernadas poucos sabem das possibilidades de se aprofundar no conhecimento da história do Rio Grande do Sul e do tradicionalismo. Menos ainda, sabem que podem conhecer e desenvolver habilidades da lida campeira. É assim que, quando têm interesse, os guris de apartamentos podem se transformar em peões. Da mesma forma as meninas têm a possibilidade de estudar e se transformarem em prendas.
A diretora do Departamento Cultural da 7ª Região Tradicionalista de Passo Fundo Luiza Monteiro explica que para chegarem aos postos de peão e prenda, os integrantes das invernadas tradicionalistas precisam estudar e se dedicar muito. A bibliografia básica para que conheçam a história, geografia, usos, costumes, folclore conhecimento da tradição e tradicionalismo envolve mais de 40 títulos. Os concursos sempre são divididos em categorias de acordo com as idades, para as quais são exigidas habilidades compatíveis. Para desenvolver os conhecimentos exigidos muitos estudam por conta ou pedem auxílio aos colegas de invernada. Após passarem nos concursos das fases locais eles se dedicam para as regionais e estadual.
Luiza destaca que para os guris entre as provas de campo realizadas para testar as habilidades estão o manuseio de laço, habilidades com os cavalos, conhecimento de encilha, chimarrão, convivência, churrasco, tranças, tosquia, tosa, pelear, apartar e rédeas. Para as gurias, além dos conhecimentos que também são exigidos aos guris, desenvolvem atividades ligadas ao artesanato que cada ano tem tema específico trabalhado no Estado e nas regionais. A diretora destaca que as atividades, além de estimular o conhecimento das tradições, tem sempre um objetivo social.
Os concursos também tem repercussão para os municípios que sediam a realização de cada etapa. Luiza explica que geralmente há um grande número de pessoas que se mobilizam para participar das competições. Isso reflete, de acordo com ela, em movimentos econômico, social e cultural. “Os concursos são oportunidades que as cidades têm para poderem também desenvolver o seu turismo”, considera. Na 7ª Região tradicionalista estão envolvidos 36 municípios e mais de 100 entidades tradicionalistas.
Para ler ouvindo:
Os homens de preto
César Oliveira e Rogério Melo