Para o gaúcho, o cavalo é o "animal", por excelência, usado quase que exclusivamente para montaria. Já o índio rio-grandense, vencido o temor que o animal desconhecido lhe causava, cavalgava altivamente pelas coxilhas, montando "em pêlo" ou, mais tarde, como mostra a história muitas vezes em um tipo de sela primitiva: num "xergão" sobre o qual havia uma "carona", presa por uma espécie de "cincha", governando o cavalo por uma corda que lhe era amarrada no queixo.
Hoje os arreios, isto é, o conjunto de peças necessárias para encilhar o cavalo, os chamados "aperos" ou "preparos" são bem mais complexos. Distinguem-se os aperos da cabeça e os de montaria. Dos aperos da cabeça: Todos de couro trançado ou chato fazem parte à "cabeçada" que sustenta o freio na boca do cavalo, passando por trás das orelhas. Distingue-se nela a "testeira" a "alça de medida" e os "meios" onde vai o freio.
O "buçal" é uma peça complexa que vai na cabeça e no pescoço do cavalo. Além da cabeçada, há nele a "pescoceira" e a " focinheira", ligadas por duas argolas, e a "sedeira", que seu uso muita vezes não se faz necessário. À argola inferior prende-se o "cabresto". No freio apresilham-se as "canas da rédea" para governar o cavalo. São dois meios, trançados finos e chatos, com três argolas em cada cana, tendo cada cana uma "presilha".
Os aperos de montaria: Seguidos na ordem em que são colocados no lombo do cavalo são: o "xergão" ou "baixeiro", um suadouro que vai diretamente no lombo do cavalo. Sobre esse vai a "carona", peça lisa de couro em que se assenta a "sela" para montar. Existem vários tipos de selas no nosso estado, mas as mais antigas são a preferidas dos gaúchos. Muito usado em todo estado é o "lombilho"Neste tipo de sela, distinguem-se: "cabeça", "rabicheira", "abas", "travessão" com a argola e os "bastos". Como sela para mulheres montarem, existe o "selim de gancho", em que ela pode montar até de vestido comprido, sentada de lado, porém pouco usado nos dias de hoje.
A sela de qualquer dos tipos citados e de outros ainda, é segura pela “cincha" faixa de couro cuja parte central, que fica em cima da sela é o "travessão"provido de argolas em que se liga, pelo "látego" a "barrigueira", a parte da cincha que passa pela barriga do cavalo, sendo apertada no lado oposto pelo "sobrelátego". Sobre a sela vai o "pelego", pele de carneiro com a là que serve de forro ao assento, coberto pela "badana" pele macia, às vezes lavrada, segura pela sobrecincha.
Presos à sela ficam os "loros" correias duplas que sustentam os "estribos" em que o cavaleiro firma o pé. Ainda existe a "peiteira" ou "peitoral", peça de couro que cinge o peito do cavalo; compõe-se de dois meios presos à sela e de uma faixa que se fixa na barrigueira. O "rabicho" assegura, junto com a peiteira, que a sela não se possa deslocar, nem para frente, nem para trás.
Na parte posterior do lombilho estão presas duas pequenas tiras de lonca, os "tentos", com que se ata o laço enrodilhado.
Em tempos passados, estes aperos eram usados à risca, porém nos dias de hoje com alguns tipos de modismo existem encilhas que são de materiais artificiais e sintéticos, e que não é autorizado o uso pelo MTG, podendo num desfile de cavalaria prejudicar a avaliação da cavalaria no momento de desfile.
A encilha do gaúcho
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