OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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Ganhar ou perder

Os fatos ou situações que cercam a vida particular ou a vida pública, previsíveis ou não, emanam dinâmicas de comportamento. E disso não podemos fugir no cotidiano. A omissão é a forma pálida de enfrentar os acontecimentos. O que vale mesmo não são as coincidências favoráveis ou desfavoráveis. Importa mesmo é a postura que adotamos. Assim é na política partidária onde a militância luta por uma vitória numa disputa que tem pouco espaço para vencedores formais. Por isso se considera que adotar uma idéia e disputar o certame eleitoral, em meio a tantas oportunidades é o caminho que impõe perseverança. A rigor, além da eleição proporcional, apenas um candidato é vencedor. Os demais seriam derrotados? Para se responder essa indagação, além do óbvio numérico é preciso considerar o contexto que compõe a candidatura.

Deputado Beto
Ao invocar o tema dos resultados eleitorais fazemos questão de levantar tudo que a carga de despojamento e voluntariedade torna parte da atitude de um candidato. No caso o deputado Beto Albuquerque, uma causa palpitante de liderança instalada com muitas lutas em nossa comunidade. Necessário considerar que o fato de não ter chegado ao segundo turno para a presidência não pode apagar méritos de uma carreira meritória que transcendeu o patamar histórico entre as maiores lideranças da região. Sequer seria lógico deduzir que perdeu a vice-presidência, quando realmente não a teve antes. Almejou e lutou, avançando com o mesmo vigor frenético de muitas conquistas como campeão de votos no estado. É de se reconhecer que a passagem emergencial de Beto na disputa presidencial, com a galhardia e jovialidade tão peculiares, projetou a política de Passo Fundo e deu vigor ao PSB. Uma reeleição para a Câmara Federal apresentava-se facilmente alcançável. Seu gesto de aceitar a incerteza de concorrer ao Senado e logo em seguida topar a guinada de concorrer à vice-presidência da mais alta magistratura nacional foi sim atitude de grandeza e capacidade. Por isso, o fato de não ter sido eleito não o torna menor. Os gaúchos e passo-fundenses podem vê-lo com a aura de lutas e conquistas, fulgurante e iluminada, e mais límpida ainda, como gesto de superação num momento imponderável da nação. Certamente o pálio do respeito político e pessoal tornou-se o toldo ainda mais sólido e invulnerável na sua trajetória de vida. Deputado Beto, pode ficar tranqüilo, pois a expressão democrática de sua terra lhe devota muito orgulho. É como diz o poeta da literatura pampeana: “No te trabes lengua mía/ no te vayas a turbar/ nadie acierta entes de errar/y, aunque la fama se juega/ El que por gusto navega/no debe temerle al mar!” (Martin Fierro -1099).

Retoques:
* A primeira turma para cursar a Faculdade de Medicina da IMED será selecionada ainda em 2015. A despeito de qualquer divergência, Passo Fundo cresce em competição no campo de atendimento à saúde pública, com boas chances de reverter dificuldades que rondam este setor tão sensível dentre as necessidades do povo. A ênfase do curso na medicina popular não afasta a esperada ousadia no aprimoramento de diferentes especializações para novos médicos. Já são três cursos de medicina em Passo Fundo roborando uma vocação para serviços. Serão estudantes de diversos estados que aportarão à nossa cidade. É ótima notícia.
* A maternidade e infância não podem ter reduzida a atenção do governo. Por isso há preocupação com a notícia divulgada por revista médica de que nos últimos três anos foram fechados 3,5 mil leitos obstétricos no país. O assunto merece explicação!
* Alerta! Cada vez mais jovens, moças e rapazes, experimentam a sensação do narguilé, visto com freqüência como uso permitido. Então, é aquela história! Uma pitadinha satisfaz a curiosidade. Uma hora de uso, no entanto, equivale aos efeitos de da fumaça de 100 cigarros, dizem os sanitaristas. Eles não vêem com bons olhos também o cigarro eletrônico no combate ao tabagismo.

 

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