OPINIÃO

Gotejou a DESconstrução

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Na abertura da copa do mundo no jogo entre Brasil e Croácia, as vaias da torcida contra a Presidenta do Brasil, despertou várias análises de todos os setores políticos e sociais do país. O Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho afirmou para diversos órgãos de imprensa que as vaias não partiram somente da “elite branca”. “A coisa desceu. Isso que foi gotejando, de água mole em pedra dura, esse cacete diário de que inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou. Na elite, na classe média, e vai gotejando, vai descendo. Porque não demos o combate, não conseguimos fazer o contraponto.”

Segundo ele, a avaliação de que a gestão petista é corrupta “pegou”, percepção que, partindo das classes alta e média, vem “gotejando” no setor mais pobre da população. “Me permitam, pessoal, no Itaquerão não tinha só elite branca não. Não fui pro jogo, mas estive no Itaquerão, ao lado, numa escola acompanhando as movimentações, fui e voltei de metrô. Não tinha só elite no metrô. Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô que não tinha nada a ver com elite branca”, afirmou Carvalho durante encontro com ativistas e blogueiros de esquerda no Palácio do Planalto.

A taxação de governos corruptos não é recente na história brasileira, ela remonta a era de Getúlio Vargas onde encontrou o ápice representado no seu suicídio e na carta ao povo brasileiro, muitos historiadores relatam que a sua morte retardou o golpe militar de 1964, naquela época Lacerda ocupava todos os espaços disponíveis na mídia para destruir o governo Vargas, acusando de corrupto.
No reencontro com a democracia o voto direto, secreto e universal elegeu em 1989 Fernando Collor de Mello o caçador de marajás, que tinha como bandeira o fim da corrupção e a caça aos altos salários. Acabou sendo caçado por meio de um impeachment, acusado de caixa dois, o crime a compra de um fiat elba com sobras de campanha. O tempo passou, Itamar, assumiu, criou e implantou o plano real, elegeu seu Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso Presidente do Brasil. O Plano Real derrubou as taxas de inflação para dois dígitos, a inflação foi controlada, o real se consolidou e ao final de seu segundo mandato um apagão derrubou sua popularidade e um repique da inflação em 12%, contribuiu em muito para a eleição de Lula em 2002.

Para pavimentar o caminho da sua primeira eleição o Partido dos Trabalhadores, divulgou uma carta intitulada “Carta ao povo brasileiro”, assinada pelo seu maior líder Lula, onde o mesmo assumiu vários compromisso. No que se referia ao ataque especulativo da época Lula afirmava que “a parte manobras puramente especulativas, que sem dúvida existem, o que há é uma forte preocupação do mercado financeiro com o mau desempenho da economia e com sua fragilidade atual, gerando temores relativos à capacidade de o país administrar sua dívida interna e externa.”

Continuado o mesmo afirmava “tratar-se de uma crise de confiança na situação econômica do país, cuja responsabilidade primeira é do atual governo. Por mais que o governo insista, o nervosismo dos mercados e a especulação dos últimos dias não nascem das eleições. Nascem, sim, da graves vulnerabilidades estruturais da economia apresentadas pelo governo, de modo totalitário, como o único caminho possível para o Brasil. O que importa é que ela precisa ser evitada, pois causará sofrimento irreparável para a maioria da população. Para evitá-la, é preciso compreender que a margem de manobra da política econômica no curto prazo é pequena.”

O apagão do Governo FHC existiu de fato, no Governo Dilma, só não é efetivo porque no último período do Governo FHC as usinas termoelétricas foram construídas, não foram utilizadas por tanto tempo e em toda a sua capacidade naquele período em função da retomada das chuvas. AS usinas estão sendo usadas de fato no governo Dilma. Tanto para os planos de Aécio Neves que sonha em chegar ao Palácio do Planalto, quanto para Dilma Roussef que deseja permanecer mais quatro anos, para ambos resta uma única estratégia: gotejar a desconstrução de histórias, biografias e realizações, sonhos e praticar a autodestruição.

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