OPINIÃO

Livros e desencantos

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Aqui na minha frente estão dispostos os livros que comprei em São Paulo e sobre os quais ainda não me debrucei. Quatro deles têm parceria com o excelente Fábio Giambiagi que, entre tantas outras atividades é o atual Chefe do Departamento de Risco de Mercado do BNDES. São eles: Brasil Globalizado (O Brasil em um mundo surpreendente), Complacência (entenda porque Brasil cresce menos do que pode), Brasil Pós-Crise (agenda para a próxima década) e 2022 (propostas para um Brasil melhor no ano do bicentenário). O outro livro é de autores norte-americanos (Daron Acemoglu e James Robinson) – Por Que As Nações Fracassam (as origens do poder, da prosperidade e da pobreza).

Viram, não sou só músicas e saudosismos, preocupo-me com a aldeia, com o futuro, com o que deixaremos para nossos filhos e netos. É claro que boa parte de nós está deixando bons filhos para o mundo e gostaríamos de deixar um bom mundo para eles. Na porta do diretório acadêmico da medicina, em 1979, havia um cartaz que dizia: um país é feito de homens e livros. O pessoal escreveu embaixo: um país é feito de homens livres.

E aí está, somos livres para domingo deliberar quem será o inquilino dos Palácios dos governos nos próximos quatro anos. Perguntei a uma funcionária do hospital em quem votaria e porque ela referiu Dilma e a razão da escolha é porque roubar todos roubam. Fiquei cristalizado porque se é esse o critério de escolha, ou seja, que tanto faz um ou outro porque são iguais, estamos literalmente roubados. Há aparentemente um desencanto com quem nos representa e os debates mais são de lavar roupas sujas do que propostas. Além do que nem sabemos discernir a verdade da mentira.

É de uma absoluta incompreensão termos um país que reúne todos os fatores que favorecem a riqueza e a prosperidade e um povo que luta diariamente para conseguir por comida no prato; ter uma classe de intelectuais e uma elite respeitada pela capacidade de pensar e realizar e, do outro lado, políticos tão incapazes de gerir um país com um mínimo de visão, sem um plano de metas para o futuro, sem ações que visem à melhoria da condição de vida dos brasileiros (A Utopia do Brasil – Editora Soler).

Certa feita, o Casseta e Planeta foi criticado pela Câmara dos Deputados por compará-los com prostitutas. Resposta dos cômicos: foi com surpresa que nós, integrantes do grupo, tomamos conhecimento da intenção do Presidente da Câmara de nos processar em razão de uma piada. Em vista disso, esclarecemos: em nenhum momento tivemos a intenção de ofender deputados e prostitutas. O objetivo da piada era somente comparar duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição. Ah, os nossos representantes.
Os debates causam asco, a gente não sabe o que é verdade ou mentira. Os debates causam risos. Os cidadãos têm medo do futuro, os políticos têm medo do presente e do passado.

Já que é sacanagem, vou me lançar para 2018. Jorge, sem partido, para deputado federal com o slogan copiado de José Simão: chega de hipocrisia – sexo de noite, sexo de dia.

Alea jacta est.

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