Vitória apertada
A reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) é histórica e com muitos recados. Dilma e Aécio Neves, PSDB, protagonizaram a menor diferença em segundo turno desde a redemocratização. Politicamente o país está dividido. O desempenho de Aécio foi além das suas próprias expectativas. Isso o credencia para iniciar a segunda-feira pós eleição como o principal líder da oposição no Brasil. É também candidato favorito à sucessão da própria Dilma em 2018 e o PT terá a incumbência de encontrar candidato à altura para dar prosseguimento ao seu projeto de poder. Se a diferença entre os dois candidatos foi de cerca de 3 milhões de votos, um exército de eleitores que somam quase 7 milhões, entre brancos e nulos, deixou de votar. Agora, a tarefa da presidente reeleita será unificar o Brasil. Não há espaço para a intolerância e arrogância. O diálogo será a base da governabilidade.
Um Gringo no Piratini
Não foi o discurso de José Ivo Sartori, PMDB, e muito menos suas propostas, questionadas sob o ponto de vista de clareza durante toda a campanha, que o elegeram governador do Estado. Foi a junção de fatores que determinaram o resultado. Primeiro, o Rio Grande do Sul tem como marca a alternância do poder; segundo, o governo de Tarso Genro teve sérios problemas com o magistério, na área de segurança pública e de infraestrutura e, no primeiro turno, focou em Ana Amélia, deixando Sartori comer pelas beiradas. Na última semana de campanha Tarso tentou repassar a culpa dos problemas com conservação das estradas ao seu ex-secretário passo-fundense Beto Albuquerque, PSB, aliado de Sartori. Não adiantou. A vitória de Sartori veio da simplicidade, sua principal e marcante característica. Ele é Gringo assumido, com voz rouca e sotaque carregado. Gosta de fazer piadas, em algumas situações de forma perigosa, e se assume como um político que não promete, mas faz.
Caxias
O preponderante na vitória de Sartori é o resultado que ele obteve nas duas vezes em que foi prefeito de Caxias do Sul e, pelo fato, de ter feito o seu sucessor. Caxias é centro da segunda região metropolitana do Estado. Em busca de emprego, migram para aquela região pessoas de todos os municípios do Estado. Foram estas pessoas que levaram para suas cidades o nome de Sartori, multiplicando a informação como pólvora. Como gestor, Sartori acompanha todas as ações de seu governo e cobra, cobra muito resultados dos seus secretários. Foi assim em Caxias. E, os gaúchos esperam, sinceramente, que seja assim no Estado. O grande desafio do novo governador será buscar a renegociação da dívida.
Braço direito
Usando uma camiseta cor preta com a foto de Eduardo Campos, o deputado federal pass-fundense votou ontem à tarde, em Porto Alegre. No perfil do FB postou o seguinte: “Acredito que a nova política é a alternância do poder. Votei pela mudança no Rio Grande do Sul e no Brasil. Continuaremos sempre na luta. Não vamos desistir do Brasil”. Beto é nome na lista de José Ivo Sartori para assumir função de importância no governo do Estado.
Brigas
O PT e o PSDB protagonizaram 73 brigas judiciais na campanha eleitoral. Destaque para o maior número de ações encaminhadas na última semana da campanha do segundo turno.
Mais
Dilma Rousseff fez mais votos do que Tarso Genro em Passo Fundo. Os projetos do governo federal tocaram mais forte entre o eleitorado passo-fundenses.