OPINIÃO

Pós eleições

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Com o resultado final do segundo turno que definiu quem irá governar o Brasil por mais quatro anos, muito se falou, muito se comentou, muitas postagens foram feitas nas redes sociais, muito ódio destilado contra os nordestinos e o que mais preocupou vários filósofos, sociólogos, analistas políticos foi o movimento pela separação das regiões centro oeste, sudeste e sul das regiões norte e nordeste, criando a divisão do Brasil, em razão dos resultados das eleições disputadas entre PT e PSDB.

Pois bem, durante mais de vinte anos o Partido dos Trabalhadores, acusou o extinto Partido da Frente Liberal (PFL) de clientelista, de partidos de coronéis, de preconceituoso, pois por todos esse tempo o PT não vencia as eleições em razão de que os votos do nordeste não pingavam no seu número em sucessivos pleitos eleitorais, razão pela qual o PT elevava o tom a cada fim de pleito eleitoral, e sempre ameaçando com o impeachment dos vencedores, FHC que o diga, sofreu com o ódio destilado pelas centrais sindicais e pelos líderes do Partido dos Trabalhadores.

O tempo passou, os papeis foram se invertendo e hoje a hegemonia do nordeste é da esquerda brasileira, a Presidente eleita Dilma Rousseff obteve em média 70% dos votos válidos na região norte e nordeste contra 30% de Aécio Neves nas eleições de 2014, diante desse fato uma onda de ódio e preconceito tomou conta das redes sociais e vários artigos circularam falando em dividir o Brasil.

O discurso de FHC em outubro de 2014 falando que os votos do PT se devia aos menos informados, foi o estopim para que o ex-presidente Lula e todo o aparato do PT, incendiassem o nordeste, criando uma cisão ainda maior ao abismo existente, o resultado é esse ódio que paira no Brasil, sem sinais de irá serenar ou até mesmo que possamos ter uma convivência pacífica.

Durante os anos 90, o mesmo Lula e o mesmo PT, se utilizavam da revista veja para fustigar e atingir o governo FHC, foi a revista Veja quem contribuiu decisivamente para o impeachment de Fernando Collor, com o desgaste dos escândalos de corrupção durante os governos FHC, pois quando o Diretor da Veja na sucursal de Brasília Policarpo Junior, publicava uma denúncia na capa da Veja, sempre tinha um Deputado do PT capitaneado por José Dirceu para dar amplificação as matérias da Veja no Congresso Nacional, e mobilizar a sociedade contra as privatizações e até mesmo pedidos de impeachment de FHC.

A mesma capa da revista Veja que logrou êxito nos anos 90, não foi decisiva para o resultado das eleições de 2014, pois a capa publicada no final de semana das eleições do segundo turno, não foi determinante para que o resultado das eleições fossem modificados. O PSDB é um partido de quadros, não fez a disputa política em 12 anos de governo do PT, sempre esperando que uma denúncia de final de semana da grande mídia por si só fosse capaz de empurrar o PSDB de volta ao Palácio do Planalto.

Fato que não aconteceu, e atrevo a afirmar que poderá não acontecer em 2018, pois se o PSDB, não entender que o Brasil mudou, que o povo tem acesso a novas tecnologias de informação, que o Jornal Nacional perde audiência ano após ano, que a revista Veja não é lida pela grande massa do povo brasileiro, certamente ficará 20 anos fora do poder central.

A revista Veja que foi a heroína do Partido dos Trabalhadores nos anos 90, virou a grande vilã no ano de 2014, o ex-presidente Lula bradou contra, percorreu o nordeste e o norte do país criticando a grande mídia, e alimentando o preconceito entre as regiões do Brasil. Aécio Neves perdeu a eleição presidencial em seu estado natal Minas Gerais, ele esperava sair com uma vantagem de 4 milhões de votos, perdeu no primeiro e no segundo turno, a região mais rica do estado o triangulo mineiro votou massivamente em Dilma, jogando o por terra o argumento que somente os beneficiários do programa bolsa família votariam nela, Aécio perdeu para sua arrogância, por ficar 4 anos morando no Rio de Janeiro, e por falta de humildade e reconhecer os avanços do Brasil nos 12 anos de governo do PT.

Enfim, ao PSDB, caberá liderar uma oposição orgânica que aponte os problemas mas também as soluções, transformar o discurso da ética em votos, percorrer os municípios e eleger prefeitos nas eleições de 2016 e não ficar esperando somente pela grande mídia por escândalos para tentar derrotar o governo atual. Ao PT em especial a Presidenta Dilma Rousseff governar nos próximos 4 anos, para todos os brasileiros, olhar para as contas públicas com o zelo que se faz necessário, patrocinar as reformas política e tributária e parar com as comparações dos pobres contra os ricos, do sul contra o nordeste.

 

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