OPINIÃO

Fundo Monetário Internacional - FMI

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Com o objetivo de ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional pós-Segunda Guerra Mundial e assessorar economicamente seus membros, onde com a crise de 1929 os países se autodestruíram com as políticas comerciais de fechamento de mercado exterior e exportação, 29 países-membros oficializaram a criação do Fundo Monetário Internacional. Com o primeiro empréstimo cedido à França em 1947, foi dada a largada e desde então novos países aderiram ao FMI contando com 188 países-membros atualmente.

O sistema organizacional ocorre em forma de cotas as quais seus membros contribuem, podendo recorrer em caso de desequilíbrio na balança de pagamento, que representa as relações de trocas entre os países (transações econômicas), e nas taxas de câmbio, por meio de empréstimos. Dessa forma, o FMI serve como um fundo emergencial sendo visto por muitos países-membros como a segurança na qual recorrerão em momentos difíceis.

Para ingressar no FMI era necessário aderir ao Sistema de Bretton Woods – vigente até o ano de 1971 – que exigia a manutenção de suas taxas cambiais, ou seja, o valor de suas moedas em relação ao dólar, ligadas a taxas, as quais só seriam ajustadas caso o FMI concordasse, e em caso de déficit na economia do país, considerando as exportações, importações, serviços e rendas, por exemplo. Com o anúncio de Richard Nixon, presidente dos EUA, que o dólar não seria mais convertido em ouro temporariamente, o Sistema de Bretton Woods ruiu e a partir de 1971 os membros do FMI ficaram livres para optar qual seria a forma de troca entre suas respectivas moedas, exceto ligar sua moeda ao ouro.

A partir de 1970, o FMI entra com uma nova modalidade de ajuda: o Fundo Fiduciário. Esse financiamento era concedido aos países pobres que passavam por dificuldades com a balança de pagamentos. Com a crise do petróleo, desencadeada após o apoio declarado dos EUA a Israel durante a Guerra de Yom Kippur, os árabes aumentaram o preço do petróleo em 400%.

Dessa maneira, a Guerra Árabe-israelense obrigou diversos países importadores de petróleo a contraírem dívidas para garantir o abastecimento do produto, o que somado a elevação das taxas de juro criou um cenário de dívida internacional. Sem obter autossuficiência na produção de petróleo, o Brasil endividou-se para manter a oferta de combustível. Em 1982, durante reunião em Toronto, o país contava com ajuda do FMI, o que não aconteceu, e decretou moratória da dívida externa, ou seja, decretou a suspensão do pagamento das dívidas com outros países, que na época superava os US$ 10 bilhões. Treze anos após a quebra da economia, o Brasil voltou ao mercado internacional de capitais, porém apenas 20 anos depois, quando outra crise atingiu o país, o FMI concedeu um empréstimo ao Brasil.

Em dezembro de 1998, durante o governo de FHC, uma linha de crédito em torno de US$ 41,5 bilhões foi oferecida ao Brasil por entidades multilaterais, na qual desse montante, cerca de US$ 17,5 bilhões vieram do FMI. Do total, US$ 12,8 bilhões foram sacados imediatamente, tendo um prazo para pagamento até o ano de 2001, o que não aconteceu, sendo estendido até setembro de 2002. Durante esse período, uma nova linha de crédito foi disponibilizada ao país, totalizando mais US$ 15,7 bilhões, somados ao saldo do primeiro empréstimo.

Em dezembro de 2005, o então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou a quitação de toda a dívida realizada junto ao FMI por US$ 15,7 bilhões, valor esse que restava ser pago do segundo empréstimo realizado pelo governo de FHC. Em 2011, durante reunião do G20 – grupo que reúne os países mais ricos do mundo – os países que compõem o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), decidiram realizar um empréstimo ao FMI de US$ 80 bilhões, onde o Brasil passaria de devedor à credor, disponibilizando um total de R$ 10 bilhões (aproximadamente US$ 17 bilhões). A confirmação da compra de títulos do FMI pelo Brasil foi anunciada em outubro de 2011, pelo então Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

No Brasil, tal preocupação se deve ao fato da inflação não parar de crescer e o PIB não parar de declinar, contudo, outra variável atinge o país: a taxa de câmbio, isso porque é ela que demonstra a relação de valores e trocas entre os países sendo uma variável macroeconômica muito utilizada pelo FMI.
Autores: Anderson Bedin, Isadora Ribeiro, Maicon

Gostou? Compartilhe