Poucos antes da abertura oficial da 14ª Feira Regional de Economia Solidária (Fresol), no final da tarde de ontem, no Igaí Eventos, alguns expositores ainda terminavam de montar seus estandes. A expectativa era deixar tudo pronto para hoje, quando deve ocorrer a grande movimentação de visitantes. Os organizadores estimam um público de aproximadamente 80 mil pessoas, até domingo à noite. São 120 expositores representando 42 municípios, além dos estados de Santa Catarina e do Paraná.
Assim que as portas da feira se abriram ontem à tarde, a dona de casa Lourdes da Silva Padilha, 66 anos, foi uma das primeiras a comparecer na banca da baiana Antônia Silva de Jesus para experimentar o famoso acarajé. Moradora do bairro do bairro São José, ela veio até o Igaí exclusivamente para conhecer a iguaria. “Sempre tive vontade de experimentar. Via na televisão e ficava imaginando o sabor. Cheguei a comentar com meus familiares que um dia iria à Bahia para provar” revelou, enquanto acompanhava o preparo.
Mesma expectativa vivenciada pela dona Marli Teresinha de Castro Maier, 51 anos. Moradora da cidade catarinense de Iriniópolis, ela veio com uma excursão para Passo Fundo na quarta-feira. O grupo conheceu a estrutura do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares (CETAP), e também participou de palestras sobre a economia solidária. Antes do embarque para a viagem de volta, ela passou pela banca da baiana e encomendou cinco acarajés. “Vou levar para o meu filho e minha nora”. Ainda no setor de alimentação da feira, o público poderá conhecer a experiência e adquirir os produtos da Cooperativa de Produção Agropecuária (Coopervita), de Tapejara. Formada por 540 associados, a iniciativa oferece uma linha de alimentos que inclui bolachas, sucos, doce de leite, cereais, entre outros. Um dos sócios fundadores da Coopervita, Evaldo Gaiardo, 44 anos, afirma que a entidade participa desde a primeira edição da Fresol, inclusive, ele é um dos responsáveis em ajudar a consolidar o conceito de economia solidária na região. “A economia solidária é o espaço onde os pequenos empreendedores conseguem expor seus produtos, além de ampliar o debate do setor” explica.
Outro elo importante dentro da cadeia solidária, o artesanato ocupa um dos principais espaços na Feira. São produtos confeccionados com uma diversidade de materiais, como é o caso da artesã Maria Cristina Corradette. Natural de Buenos Aires, Argentina, ela mora há quase 10 anos na cidade de Casca, onde preside a Associação Arte Casca, atualmente com 50 associadas. Maria trouxe para a Fresol seus trabalhos feitos a partir da cabaça (porongo), como papais –noeis e presépios.
Artesanato polonês
A tradição do povo polonês e em trabalhar a palha do trigo pode ser conferido nos trabalhos da artesã Ágata Graochot dos Santos, 44 anos, moradora da cidade de Santo Antônio do Palma. Em um trabalho minucioso, ela tinge e abre a palha para recortar as formas desejadas e decorar as mais diferentes peças como baú, mesas, espelhos, porta-jóias, entre tantos outros. “Aprendi esta técnica com a minha avó quando era criança, mas depois esqueci. Mais tarde pesquisei sobre o assunto e não parei mais. O que era uma distração virou trabalho sério” relata. Para atender a demanda, Ágata trabalha entre 10 a 12 horas por dia. “Comecei a postar as peças no face, agora vendo para todo o Brasil” comemora.
Programação
15 de novembro às 9h – Encontro Estadual Sobre Comercialização Solidária – Auditório do Instituto Estadual Cecy Leite Costa
15 de novembro às 19h – Desfile De Moda Ecológica – Igaí Eventos
16 de novembro às 10h – Troca Solidária – Igaí Eventos
Criatividade e tradição na Fresol
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