OPINIÃO

Diário de um SPFW

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Só quem ama moda entende. Ir a uma edição de um São Paulo Fashion Week é como assistir ao show de sua banda preferida. É encontrar, em um mesmo lugar, todos seus ídolos ou suas inspirações. Por acaso do destino, pude presenciar a última edição, que aconteceu na semana que passou, e ver de pertinho o tal mundinho fashion do nosso Brasil. Hoje, não falarei das tendências apresentadas nas passarelas para o nosso próximo inverno, como de costume por aqui. Vou sim, dividir uma experiência incrível, e trazer um pouquinho do que vivi nos dois dias que pude presenciar o maior evento de moda da América Latina.

A semana em São Paulo foi agitada. Paralelamente ao São Paulo Fashion Week várias eventos envolvendo moda e arte aconteceram na capital paulista. Meus convites para os desfiles seriam somente para quarta e quinta-feira, dias 5 e 6 de novembro, e até então, precisava absorver tudo que São Paulo poderia me oferecer naqueles dias. Segunda, teve exposição do holandês Escher. Terça foi dia de Salvador Dalí, e de uma tentativa frustrada de assistir a pré-estreia do filme “Saint Laurent”, uma biografia não autorizada do estilista e prestes a estrear oficialmente. Deu para ver ator principal e diretor dando entrevista no tapete vermelho, mas infelizmente, ver o filme, não rolou.

Quarta amanheceu com a promessa de um grande dia pela frente. Depois de 6 anos, voltaria a um São Paulo Fashion Week. O evento não é mais na Bienal, que foi onde fui da última vez. Ele, também, já não é tão grandioso. Está mais intimista. Você consegue ver tudo, e, também, a maioria das pessoas que circulam por lá. Aliás, o que mais me chamou a atenção foi a notoriedade que as blogueiras assumiram no meio. Há 7 anos atrás, elas não existiam, e hoje são tantas. São pessoas diferentes, para mim, naquele ambiente. Pessoas que você não via a um tempo atrás. Vi também, muita gente “montada”, que vai lá somente para desfilar looks esquisitos nos corredores. Mas, da mesma forma, vi muita gente legal, como meus professores queridos que não via a tempos, além dos jornalistas e sumidades na moda que eu pago o maior pau: Glorinha Kalil, Lilian Pacce, Constanza, Paulo Borges, Paulo Matinez, entre outros nomes que dispensam comentários. Também dispensa comentários o desfile que eu tive o prazer e privilégio de assistir neste dia, o de Ronaldo Fraga. A emoção foi a mesma de quando eu trabalhava nos desfiles do estilista como assessora de imprensa. Ronaldo é pura emoção.

E, no mesmo dia, mais um momento emocionante me aguardava. Aos 45 minutos do segundo tempo, uma amiga me deu um convite para entrar no coquetel de lançamento da coleção da Stella McCartney para a C&A, que foi somente para convidados badalados do meio. E, ela estava lá, a própria Stella, que acompanho nas semanas de moda de Paris pelo meu PC, então, calcula como me senti. Foi incrível. Moda na veia, em um dia intenso.

A quinta-feira já foi mais tranquila, assim como o desfile da Fernanda Yamamoto que assisti. Muita gente importante na fila A, pois a Fernanda, para quem não sabe, é uma grande promessa da moda brasileira. A estilista segue firme na essência da moda, diferente do Ronaldo Fraga, que apresentou um desfile mais comercial. A japonesa pequenina no tamanho, mostrou um desfile de grandioso talento e belo. Além disso, me deu a chance de visitar um backstage novamente, e relembrar meu primeiro trabalho na moda, que foi trocar a roupa de uma modelo em um SPFW, há uns 8 anos atrás.

Voltei renovada. 

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