Desde que a menor república do mundo, a república dos Coqueiros, foi dada ao conhecimento geral pela argúcia jornalística de Argeu Santarém, não restou a menor dúvida de que Passo Fundo difere das demais cidades do mundo. Tal qual a jornalista Bel Pesce da CBN, tenho um caderninho onde guardo sacadas dos amigos e algumas transformo em crônicas. O inesquecível Jânio Marcos, (espeto) falecido recentemente dizia, em frente ao antigo Cine Pampa, onde íamos dar uma bisoiada nas gatinhas: em Passo Fundo a gente não precisa ir ao cinema para ver os artistas, eles estão por aí.
E, veja, Passo Fundo já teve de tudo: os quadrilheiros Jorge Cabeludo e os Irmãos Campos; Nei Machado, Seco e até Dilonei Melara; Adriano, o serial-killer de crianças. Recentemente tivemos as prisões de Dr Maurício e Salomão e agora suspeitas levantadas à cerca de supostas irregularidades envolvendo transações da Petrobrás com a BsBios.
Passo Fundo já teve o chupa-cabra, ou cadeirudo, além um ser de outro planeta visitando a casa do Valadares, segundo Hollywood; houve um curso para pessoas interessadas em fazer contato com seres extraterrestres; uma cadela que deu luz a gatinhos e um cachorro que percorria quatro quilômetros para dormir ao lado do túmulo de seu falecido dono. Temos uma santa milagreira e um cemitério que é ponto turístico.
Tivemos a melhor noite do estado (Kako, Bicão, Ladeira, Urso Branco e Cacimba), segundo Paulo Santana. Temos um superginásio que não funciona.Temos três faculdades de medicina, uma delas federal, com quarenta anos de atraso. Temos 10 hospitais e mais o hospital veterinário. E somos polo nacional em atendimento à saúde. Aqui, o genial Chico Anysio afogou suas mágoas pela separação de Alcione Mazzeo no dia da inauguração da TV Umbu e Raul Seixas tocou chapado no Ginásio Capinguí. Ainda, o Casa das Máquinas e o RPM fizeram shows usando playback. Aqui Maurício Sirostky iniciou a caminhada que levou a RBS a ser o que é.
Em Passo Fundo Teixeirinha se fez famoso, a família Costa deu-nos Algacir e Yamandu; Osvaldir juntou-se a Magrão. Tivemos o Bar do Moa, o Recanto Nativo. Temos o Boka e o Natus como points há mais de quatro décadas.
Aqui floresceram os irmãos Endres, os irmãos Pontes, Daniel e Miriam DAgostini no tênis, Carlos Simon no apito, Felipão, Bebeto-Raul-Luís Freire, Santarém-Vacaria-Machado, Felipe-Claudio Freitas, no futebol;, Manuela Spessato no caratê, Alegre Correia no violão. Tivemos as carreteiras e a somos a Capital Nacional da Literatura além, é claro, da Mais Gaúcha de Todas as Cidades do RS.
Ufa, foi o que rapidamente lembrei a partir do meu caderninho de anotações à cerca do comentário de Jânio Marcos. Mas, cada um de nós deve ter a sua lista de excentricidades de Passo Fundo, que a torna capital do mundo.