Mau cheiro na Vila Ricci gera reclamação de moradores

Meio Ambiente: Comunidade afirma que o problema está na estação de tratamento de uma empresa

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Estação de tratamento da empresa fica na divisa entre as vilas Ricci e NovaEstação de tratamento da empresa fica na divisa entre as vilas Ricci e Nova
Estação de tratamento da empresa fica na divisa entre as vilas Ricci e Nova
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Moradores do bairro Ricci denunciam cheiro forte que seria proveniente da estação de tratamento de uma empresa, localizada entre a divisa das vilas Nova e Ricci. Ardência nos olhos, irritação na garganta, dor de cabeça e outros sintomas foram relatados pela comunidade. O problema começou há cerca de quatro meses. A denúncia já foi feita para a Fepam, responsável pelo licenciamento e fiscalização da área, e o caso será encaminhado ao Ministério Público Estadual. Na manhã de ontem (10), cerca de 80 moradores realizaram um protesto em frente a empresa.

O cheiro forte atinge principalmente três comunidades: Vila Ricci, Vila Nova e Bairro Santa Maria. De acordo com o presidente da Vila Ricci, Paulo Lopes, a situação é preocupante. “Não sabemos o que estamos respirando. Parece veneno. As pessoas reclamam de ardência na garganta, ânsia de vômito, diarreia. Ninguém aguenta o cheiro”, revelou Lopes.

A Associação de Moradores da Vila Ricci já realizou reuniões com a comunidade. As lagoas utilizadas para o tratamento dos resíduos está no perímetro urbano, muito próximo de diversas casas. Lopes disse que, além da saúde, há uma preocupação ambiental. “Eles secaram uma das lagoas e despejaram direto no rio, que apresentou espuma branca e diversos peixes morreram”, denunciou o presidente do bairro.

O Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp) informou que essas lagoas, antes de serem adquiridas pela empresa, pertenciam a um antigo curtume existente no bairro. “A empresa adquiriu e traz material da fundição para ser tratado aqui, de pintura, e outros resíduos. Acreditamos que as lagoas não comportam a quantidade de material. Tem casas que ficam a cerca de 20 metros da estação e, em dias quentes, o odor aumenta”, destacou o integrante do Gesp, Paulo Fernando Cornélio.

O Gesp está orientando a associação, que deverá ingressar na justiça para resolver o problema. “Já entregamos documento para a Fepam, que é responsável pelo licenciamento, e acionamos o Município de Passo Fundo, que tem responsabilidade na questão da saúde pública. Vamos entregar um documento ao Ministério Público solicitando a interdição imediata da estação de tratamento”, salientou o integrante do Gesp. O morador Odacir Borges Martins, que reside na região da vila Ricci há mais de 50 anos, relatou que o cheiro é insuportável. “Tá muito ruim. Respiramos química. Estamos preocupados com a nossa saúde”, relatou o morador.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Santo Antônio fica há cerca de três quadras da estação de tratamento. A diretora da escola, Márcia Maraschin, disse que alunos e funcionários reclamam da situação diariamente. “O odor é muito forte. Os alunos e profissionais da escola se queixam de náusea, dor de cabeça, dor de estômago. Estamos sofrendo com isso. A escola fica muito próxima”, enfatizou a diretora.

Posição da empresa
A empresa informou que todas as medidas estão sendo providenciadas para normalizar a situação.

 

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