Natal solidário

Festa de Natal realizada pela Associação Passo-fundense de Papeleiros e liderada pelo seu Chicão reuniu 1.600 crianças

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Com os olhos cheios de lágrimas, o papeleiro Valdelírio Nunes de Souza, mais conhecido como seu Chicão, observava, na tarde de domingo (14), o Ginásio de Esportes do bairro José Alexandre Zachia, se encher de crianças em busca de um Natal um pouco mais feliz. Realizada há mais de 35 anos, a Festa de Natal organizada pela Associação Passo-fundense de Papeleiros e liderada por seu Chicão, reuniu cerca de 1,6 mil crianças e, durante toda a tarde tarde, distribuiu brinquedos, lanches e refrigerante.

Ainda que dure apenas uma tarde, a Festa de Natal do seu Chicão envolve o trabalho de dezenas de pessoas durante todo o ano que se empenham na busca por doações de brinquedos, roupas e calçados ou na difícil luta por apoio e patrocínio. A dedicação, no entanto, se mostra válida quando o primeiro sorriso se abre. Para a comunidade, é a chance de um Natal mais feliz. Para os voluntários, a oportunidade de se responsabilizar pela felicidade de alguém. “Eu e meus filhos sempre participamos”, inicia Juliana da Cruz Oliveira, mãe de Gabriel e Larissa e que, no domingo, levou o afilhado Mateus para conhecer a Festa de Natal do bairro. “É muito importante pra comunidade”, continua. “Têm muitas crianças que não têm como comprar um brinquedo e a oportunidade é essa. Eles ficam muito felizes. Desde que temos essa festa, participamos. Nunca deixamos de vir. Antigamente não tinha isso, no meu tempo não tínhamos. Hoje temos, fico muito feliz por isso. Comove a gente, é muito bom ver essas crianças felizes com um brinquedo na mão”, comenta a mãe.

A felicidade de Juliana se reflete em Maria Helena do Amarante que há 4 anos participa como voluntária na festa. No domingo, organizava a fila de brinquedos e entregava bonecas e carrinhos para crianças que só sabiam sorrir. “Essa festa significa tudo para as crianças. É a alegria de todos. Eles esperam, o ano todo, para que o mês de dezembro chegue”, conta. Para ela, poder ajudar é motivo de alegria e as reações de cada criança são a recompensa pelo trabalho. “A gente fica muito grato de estar sempre ajudando. Essa festa tem uma importância muito grande pras crianças. O Seu Chicão se dedica o ano todo por eles, e as crianças ficam muito felizes e a gente se surpreende: às vezes as crianças ganham um brinquedo pequeno e isso acaba se tornando uma grande festa. Esse é o momento em que ficamos felizes de ver a felicidade no rosto deles. É muito bom. No que eu puder, sempre estarei aqui ajudando”, promete.

A alegria como recompensa

E é pela ajuda de todos os voluntários que seu Chicão segue com a festa que iniciou há mais de três décadas com algumas poucas crianças. Hoje, atendendo cerca de 1,6 mil pequenos, a festa conquistou uma dimensão que não era imaginada e que exige esforço, participação e apoio da comunidade. “Já estamos acostumados com essa criançada e para mim é uma satisfação poder atender todas essas pessoas. Já fomos em todos os ginásios de Passo Fundo. Dá trabalho, mas há uma recompensa muito maior” conta seu Chicão. A fala é emocionada porque cada nova criança significa, para ele, a certeza de fazer a coisa certa. “Todos os anos estamos aqui, com a mesma vontade, dando brinquedos e lanches. Por mais humilde que seja, eles se sentem felizes e eu mais ainda”.

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