Ricordi D’Itália
Deliciando-nos aos acordes do último recital (final de 2013) do Coral Ricordi D’Itália, é possível iniciarmos falando com recomendável brandura. Afinal, a vida não pode ser apenas este renitente sobressalto causado pelos que traem a pátria, como vemos em notícias cada vez mais gravosas ao sentimento nacional, nas vilanias que lesam o sagrado patrimônio do povo. Então, deixando tiranias para o final, aliviamos o pensamento nas melodias italianas do coral que hoje se constitui patrimônio de cultura e arte de nossa terra. A atual diretoria, presidida pela incansável Glaci Terezinha Bortolini, foi reeleita e terá a missão de celebrar os 25 anos do Ricordi, obra de nossa comunidade, com apresentações emocionantes, como foi a recente cantata no átrio e pelos corredores do Hospital da Cidade. Passando juntos aos leitos o coração dos coralistas acelerava emoções, quando eram entoadas melodias natalinas, oferecendo um pouco de ternura aos doentes. Mãos dolentes abanavam suavemente como que agradecendo a presença dos cantores. Estes gestos calaram profundamente na alma dos visitantes, agraciados pela reciprocidade de gestos silenciosos, plenos de significação.
Réus do Lava-jato
É de se imaginar a pressão intensa que suporta o magistrado Sérgio Moro, que preside o processo dos acusados infratores da operação Lava-jato. Felizmente está dirimida a alegação protelatória dos denunciados por corrupção, com o recente pronunciamento do Supremo rejeitando argumento de irregularidade no processo por exclusão das de declarações das testemunhas que digam respeito a acusados beneficiados pelo foro privilegiado. A defesa tentou novamente a manobra para dificultar o processo judicial. Aguardem a confirmação dos nomes de figuras eminentes do proscênio político nacional, beneficiados pelo golpe perpetrado contra a Petrobras e outros órgãos da nação. A imprensa tem papel importante na transparência deste abalo sísmico na estrutura governamental e grupos da iniciativa privada que vivem nababescamente lesando o patrimônio do povo há muitos e muitos anos.
Revoltante
O que vai resultar em punição eficiente ao descalabro que nos assola não é a intensidade da revolta a indignação popular. Precisamos é apertar o cerco através de ação competente da Polícia Federal. E os partidos, todos, principalmente os mais envolvidos, que tomem tenência, e não podem temer uma implosão urgente! Basta de cenas lúdicas e simulacros como brados de resistência rumo ao cadafalso. Cadeia é feita para malfeitores!
Imprensa negra
Muito importante o artigo publicado por Carlos Roberto da Costa Leite sobre imprensa negra – a Luta pela Inclusão. As alusões são complemento e resgate, além de memento à resistência contra escravidão e seqüelas ao longo dos séculos no último país a abolir a lei que permitiu a imensa brutalidade de submissão e tirania contra a fraternidade negra. Foram vários os jornais criados mantidos para combater a ofensa aos princípios da liberdade.
He’s my brother
Quando a crença em Deus é avocada em episódios mais dramáticos da vida, até a arte musical constitui-se em fonte de energia espiritual. No período de tratamento a enfermidade implacável do irmão Onofre, foram palavras, gestos, motivações de amigos que nos ajudaram a suportar o desafio. Numa dessas noites de angústia olhava o firmamento buscando luz e serenidade. A angústia insuportável e o corpo fragilizado. E foi ali, vendo o irmão agonizando que nos veio imperiosamente a memória do sucesso dos anos 60 e 70, composição de Bob Russel e Bobby Scott, na interpretação exuberante do vocal The Hollies, sucesso absoluto no mundo inteiro. O mestre José Ernani que nos corrija se a memória nos faltar. Aos poucos a mente nos levou à melodiosa composição “He Ain’t Heavy, He’s My Brother” – Ele não é pesado, ele é meu irmão. Nos idos de 69 e na década de 70, mesmo não sabendo inglês, buscava-se, na Rádio Planalto, a versão dos grandes sucessos. E assim foi, diante da limitação para ajudar nos instantes derradeiros do querido irmão, a melodia que Deus nos mandou, para suportar a aflição.