Projeto Navegar II encerra expedição pelo rio Jacuí

Equipe percorreu os cerca de 400 km que separam a nascente em Passo Fundo até o Delta do Guaíba na capital

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O Parque da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, foi o ponto de chegada do projeto Navegar II, realizado por professores e alunos da Escola Cecy Leite Costa, e integrantes do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (GESP).Os dois barcos chegaram no dia 8 de dezembro à capital gaúcha.
Na edição deste ano, o grupo percorreu toda a extensão do rio Jacuí, iniciando na nascente mãe, localizada na divisa dos municípios de Passo Fundo e Mato Castelhano, até o Delta do Guaíba. O trajeto de aproximadamente 400 quilômetros foi realizado por etapas, incluindo caminhadas em alguns trechos, posteriormente com utilização de caiaque, barco a vela e motorizado.

Antes de colocar em prática a aventura, os integrantes participaram, entre os meses de março a outubro, de aulas teóricas na Sala Futura, instalada na sede do Gesp. A tripulação recebeu orientações sobre geografia, história, navegação, segurança, aulas de vela (na barragem do Clube Náutico Capingui), fotografia, ecologia e meio ambiente.

As duas embarcações do Navegar, parte delas construídas com material reciclável pelos próprios integrantes do projeto, sob o comando do idealizador, professor Antônio Rodrigues, passaram pelos municípios de Passo Fundo, Marau, Ernestina, Nicolau Vergueiro, Mormaço, Espumoso, Campos Borges, Salto do Jacuí, Estrela Velha, Agudo, Cachoeira do Sul, Rio Pardo, General Câmara, Triunfo, Charqueadas e Porto Alegre. E, além disso, durante o percurso, foram visitadas as barragens de Ernestina, Cotovelo do Jacuí, Passo Real, Itaúba e Dona Francisca.

Na passagem por alguns pontos, a tripulação teve a oportunidade de conhecer a cultura e história local, através de visitas em museus, rádios e jornais. “Percebeu-se que essas comunidades possuem uma relação de intimidade e respeito com o Rio, pois dele advêm o seu sustento através da pesca, sendo desta forma um elemento íntimo das suas vidas” destacaram.

Um dos integrantes da equipe, o ecologista Paulo Fernando Cornélio observou que o rio Jacuí apresenta diferentes características ambientais como nascentes de água cristalina, matas ciliares presentes em diversas espécies da fauna e flora.

Por outro lado, foram identificados situações de danos ambientais provocados pela ação do homem. “Encontramos desmatamento, esgoto, lixo doméstico, embalagens de agrotóxicos, culturas agrícolas e pecuária próximas do espelho d´água e erosão, descaracterizando as matas ciliares” pontuou. A quantidade de animais mortos nas estradas, como graxaim do mato, tamanduá mirim, gambá, ouriço, zorrilho, capivara, pássaros, répteis, entre outros, também chamou a atenção da equipe.

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