OPINIÃO

Primeiras observações

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Bel Pesce tem um caderninho tal qual o meu, tal qual o inspetor Columbo, personagem do saudoso Peter Falk, em que anotava estratos que viriam a se tornar algo relevante. Bel Pesce tem vinte e poucos anos e é uma empreendedora de sucesso e é jornalista. Publicou um livro A Menina do Vale (pode baixar pela internet, de grátis) escrevendo suas anotações quando passou pelo Vale do Silício. Cada vez mais os jovens, cada vez mais jovens vão tomando espaços fundamentais na sociedade. Vejo meninos quase imberbes e meninas quase adolescentes como juízes, médicos com muita base teórica e quase nada de estrada da vida. A idade nunca é empecilho para empreender, visto que Roberto Marinho fundou a TV Globo aos 65anos de idade. Ainda temos tempo. Vamu lá.

Claudio Marzo esteve internado para tratar arritmia cardíaca. Nunca o vi pessoalmente mas, conheço-o desde 1969 (Véu de Noiva), 1970 (Irmãos Coragem) e 1971 (Minha Doce Namorada). Esta, iniciava nas ruas de Ouro Preto e tinha como chamada a música Gosto do Jeitinho Dela (do Rei Roberto, é claro). Era o namoradinho das meninas do Brasil tal qual Regina Duarte era a namoradinha. Não batia de frente com os galãs consagrados Francisco Cuoco (Dr. Fernando, em Redenção), Tarcísio (A Rosa Rebelde), Sergio Cardoso (Antonio Maria) e Walter Foster. A TV Tupi (Diários Associados), a primeira rede de TV do Brasil e que chegou a ser a quarta do mundo, contragolpeava com Beto Rockfeller, com Carlos Zara e com Gianfrancesco Guarnieri e Plínio Marcos. Às menininhas apresentava Tony Ramos e Paulo Figueiredo. Quando Claudio Marzo adoeceu percebi, mais uma vez, como o tempo é célere e como a vida passa rápido demais. E como ficaram marcadas em todos nós essas imagens da arte.

Encontrei Dedé Santana em um vôo para São Paulo, não quis abordá-lo a despeito de sua simpatia. Mas, quando deu disse-lhe algo que queria demonstrar intimidade com sua carreira. Disse-lhe duas palavras: Maloca e Bonitão. Ele me olhou, surpreso e comentou: você lembra disso ? Sim, no início da década de 70, Dedé contracenava no Café Sem Concerto da Tupi com seu irmão Dino Santana em um quadro em que dois malandros tentavam dar pequenos golpes que invariavelmente falhavam. No final, rindo de suas limitações chamavam-se pelos seus apelidos: Maloca e Bonitão. Dedé me deu um sorriso de agradecimento. Gostei, foi a maneira que achei de agradecer por um milhão de piadas.

Também gostei do discurso da Presidente Dilma, vou repensar meu voto. Palavras fortes como as de Emílio Medici ao tomar posse. Palavras vigorosas e viçosas dos tempos em que seu partido não administrava, apenas criticava. Vou pesquisar na internet para descobrir a que país Dilma se referia.

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