A oferta de alimento ao rebanho leiteiro tem sido beneficiada pelo clima. As chuvas frequentes, a elevação gradual da temperatura e o calor intenso em determinados períodos proporcionaram condições para o desenvolvimento vigoroso das pastagens de verão no Rio Grande do Sul, propiciando boa oferta de forragem aos animais. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta semana, o rebanho apresenta boas condições nutricionais e sanitárias, e a produção mantém-se estável, com tendência de aumento, caso persistam as condições climáticas atuais. No momento, os criadores intensificam o preparo de silagem de milho.
Na região Noroeste, pequenos produtores leiteiros estão com dificuldade de comercializar sua produção, aumentando a oferta de leite in natura nas periferias da cidade de Santo Ângelo. Algumas empresas com restrições impostas pelo Ministério Público continuam não pagando os produtores em dia.
Na área Central do Estado, existe uma tendência de penalização de parte dos produtores, devido ao fato de não preencherem a cota mensal de volume de leite e, principalmente, pela falta de qualidade. Algumas rotas deficitárias estão em alto risco de não terem seu leite recolhido. Nas regiões Celeiro, Alto Jacuí e Noroeste Colonial, a comercialização da produção dos pequenos produtores e cooperativas ainda encontra dificuldades e apresenta preços desestimulantes. Há um aumento na exigência na qualidade do leite.
Nos vales do Taquari e Caí, apesar da queda nos preços pagos pelo leite, da reclamação dos produtores e da desistência de alguns, estão ocorrendo muitos investimentos no setor, principalmente em construções que auxiliam na facilidade das atividades diárias, no bem-estar animal e na melhoria da qualidade do leite. Para isso, estão sendo implementadas muitas salas de ordenha, com aumento da área construída na região de Lajeado. Entretanto, muitos produtores ainda estão à espera para receber pelo leite entregue para as indústrias que tiveram problemas com fraudes e foram fechadas.
Na bovinocultura de corte, prossegue o período reprodutivo, com bom escopo corporal das matrizes, fator que deverá refletir positivamente nos índices de natalidade do rebanho no Estado. Esse período deverá se estender até final de fevereiro. Seguem os cuidados com os terneiros nascidos e que apresentam boas condições de crescimento e desenvolvimento. As condições climáticas favoráveis no mês de dezembro beneficiaram a brotação e o volume forrageiro do campo nativo; assim, onde as lotações estão adequadas, é bom o desenvolvimento corporal aos rebanhos.
No momento, os pecuaristas intensificam os trabalhos de controle de parasitas devido às elevadas temperaturas, especialmente com o aparecimento de verminoses, moscas e carrapatos. Em alguns locais já está ocorrendo a incidência de carrapato, o que leva os produtores a monitorarem os rebanhos constantemente.