A Copa do Mundo, o período eleitoral e a incerteza econômica foram os principais motivos para a queda de 5% da taxa de ocupação dos hotéis de Passo Fundo em 2014. A taxa de ocupação do ano de 2013 foi de 42%. No ano passado, a taxa girou em torno de 37%. A meta da rede hoteleira é atingir no mínimo 50% de ocupação anual, mas a queda está sendo observada ano a ano pelo setor. A situação da rede hoteleira contou com a utilização de uma ferramenta eletrônica implantada pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo, que permitiu captar os números de cada hotel e transformar em uma estatística de ocupação hoteleira comparando com o ano anterior.
Passo Fundo tem cerca de 25 hotéis, considerando os de pequeno, médio e grande porte, sendo que na pesquisa participam 12 hotéis, que representam em torno de 70% da oferta de apartamentos da cidade. Atualmente, existem cerca de mil apartamentos por dia, totalizando em média 39 mil apartamentos por mês. “Nossa meta é atingir no mínimo 50% de ocupação anual, o que seria saudável para que os hotéis consigam se manter ativos e com a tradicional qualidade”, revelou o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo, Osvaldo Nedeff Klaus.
Klaus ressaltou que os motivos principais da queda da taxa de ocupação de 2013 para 2014, foram a Copa do Mundo, o período eleitoral e a incerteza econômica, que gerou a forte desaceleração da economia. A diminuição na ocupação não é uma novidade para o setor. O número da oferta de apartamentos cresceu muito nos últimos três anos, entretanto, o número de visitantes se manteve o mesmo, causando uma baixa nos números de ocupação. “Houve um grande crescimento da oferta nos últimos anos, e a demanda não acompanhou. Por isso, a dificuldade de atingir melhores índices. Precisamos que a cidade continue crescendo para diminuir essa grande capacidade ociosa”, justificou Klaus.
O crescimento da oferta não é visto como algo negativo pelo sindicato. De acordo com Klaus, esse aumento projeta Passo Fundo com uma das cidades com maior e melhor estrutura hoteleira no estado, apta para receber grandes movimentações e eventos de porte. O desafio agora é aumentar o número de pessoas que buscam se hospedar e usufruir dos serviços prestados pelo setor hoteleiro, caso contrário, há prejuízos. “A baixa ocupação enseja a falta de retorno que uma empresa deveria ter para atender a expectativa de um investimento no ramo, sem falar em menos mão de obra contratada neste setor”, explicou o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo.
Meses com maior e menor taxa de ocupação
Os meses com maior ocupação são aqueles em que ocorrem eventos de reconhecimento nacional na região como a Expodireto em Não-Me-Toque, que ocorre no mês de março, e a Jornada de Literatura em Passo Fundo, que acontece em agosto. “Na região e, principalmente, em Passo Fundo, constatamos que a ocupação dos hotéis está voltada para o turismo de negócios e eventos. A cidade recebe pessoas que vem exclusivamente para esses eventos, trazendo por consequência para o município desenvolvimento e renda, que são benéficos, inclusive, para vários outros segmentos”, disse Klaus.
O mês com menor taxa de ocupação é fevereiro, por se tratar de um período de férias e também pelo motivo de muitas empresas pararem durante a semana do carnaval. “Neste período, os executivos ou funcionários das empresas não viajam a trabalho e, por consequência, os hotéis de Passo Fundo ficam praticamente vazios”, ressaltou o presidente do sindicato.
Importância do sistema que mede a ocupação
A ferramenta eletrônica implantada no segundo semestre de 2013 pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo permitiu captar os números de cada hotel e transformar em uma estatística de ocupação hoteleira, comparando com o ano anterior. “No passado não tínhamos um número oficial sobre a ocupação da cidade e hoje podemos acompanhar como está realmente o mercado neste setor”, salientou Klaus.
Projeções para 2015
Conforme o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo o ano será de observação no mercado. “Será um ano de observar o mercado e também a economia, que no momento não nos mostra muito crescimento e, tampouco, nos transmite segurança”, disse Klaus.
Ações para atrair visitantes também estão entre as estratégias. “Vamos expandir no campo da pesquisa e aprimorar alguns investimentos na divulgação do município em parceria com o poder publico municipal, um novo guia da cidade com os principais pontos, divulgação do município em outras regiões do estado. Além disso, temos os pontos de informação turísticas e também o totem no aeroporto para informar aos nossos visitantes os hotéis, bares e restaurantes da cidade”, revelou o presidente do sindicato.