A rotina que antes era repetida várias vezes durante a semana, agora já faz parte de um passado, que ao invés de ser esquecido, é valorizado como uma experiência de vida. José Feo, 42 anos, foi paciente renal do Hospital da Cidade durante sete anos, e até hoje mantém o carinho e o contato com a equipe de enfermagem “as enfermeiras foram cruciais no tratamento, também por causa do apoio psicológico. Quando você recebe uma notícia de que vai entrar na fila do transplante, cai o mundo, a gente nunca espera que vai acontecer com a gente” relata José.
O HC recebeu no ano passado pacientes renais de toda a região norte do Estado para a realização de hemodiálise e diálise peritonial. A estrutura para a realização do procedimento e a localização (maior cidade da região noroeste) faz com que pacientes de várias cidades do estado viajem até o HC para realizar a hemodiálise “A estrutura do HC segue as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, com máquinas modernas, que totalizam 20 pontos” enfatiza a enfermeira nefrologista do HC, Lorena Reck. O trabalho é desenvolvido por uma equipe de 25 profissionais, incluindo médicos e enfermeiros especialistas em nefrologia. A estrutura física oferece três salas de atendimentos, sendo duas salas de isolamento para pacientes portadores de algum tipo de vírus, como a Hepatite B.
A máquina de hemodiálise faz a função dos rins e garante a eliminação das toxinas. Realizada em média três vezes por semana, a técnica tem duração de quatro horas. “O paciente é assistido todo o tempo, com o acompanhamento de um técnico de enfermagem durante o processo para a monitorização da máquina de hemodiálise e do quadro do paciente. O tratamento da água também é um fator importante, utilizamos água tratada, que garante qualidade ao procedimento” explica a enfermeira.
José realizou o transplante de rim em Porto Alegre e quase um ano depois do procedimento aguarda, juntamente com a esposa, a chegada do primeiro filho e comemora a concretização de alguns sonhos adiados por causa da doença “O estudo já era um sonho anterior, cursar engenharia elétrica ou mecânica, por já ser minha área e trabalhar com isso há 20 anos.”
As lembranças do período do tratamento, servem agora de impulso para a continuidade de antigos projetos e a realização de novos ideais “Bastante coisas boas aconteceram depois do transplante, é uma outra vida, né. Não é todo mundo que consegue, é uma chance que foi nos dada e acho que temos que usufruir disso” destaca José.