OPINIÃO

Coluna Celestino

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Fumaça na fronteira
Em pleno carnaval brasileiro os rumores da desconfiança podem rufar na América Latina, com a morte do promotor Alberto Nisman da Argentina. O atentado contra a Associação Israelita, na véspera da denúncia que seria apresentada por suposta intervenção do governo para abafar a investigação, inflama o espírito questionador argentino. A versão de que o promotor se suicidara com medo da repressão do sistema autor do terror que matou dezenas de pessoas veio apressada demais. Sem fundamento técnico ou lógico, não parou de pé a lépida história. E mais, a desconfiança sobre acobertamento desta ação terrorista atribuída ao ex-ministro iraniano Ahmed Vahidi leva observadores à memória sobre a passagem do então mandatário do Irã Ahmadinejad e comitiva pelo Brasil. Jornalistas argentinos vasculhavam os contatos e relacionamentos com países deste hemisfério, alertados pelo jovem promotor Nisman. Daí que, fumaça densa paira sobre o assunto que ferve no país fronteiriço com o Brasil.

Tragédia da Humanidade
No di 27 foi lembrada a data (70 anos) da libertação de Auschwitz, Alemanha, o maior campo de concentração nazista na segunda guerra mundial (1939-1945). Não se pode admitir esquecimento histórico da extrema crueldade nazista que massacrou milhares de pessoas, especialmente judeus, no campo de concentração em que eram mantidos em trabalho forçado, com fome e doenças.

Brasileiros
Em vários canais da mídia mundial circularam matérias sobre os massacres na guerra. Oriundos da Cracóvia (Polônia) Julio Gartner e Henry Nekrycz, há 73 anos passaram pela dor e torturas humanamente insuportáveis, mas sobreviveram e vivem no Brasil, com mais de 90 anos de idade. Gartner fala do Brasil como se tivesse encontrado o paraíso, embora lamentando a onda de corrupção que nos assola. Tudo é impressionante, além do horror da guerra, é possível perceber o lado feliz dessa gente e parentes de vítimas do extermínio, gratos por viveram no Brasil e livres. A liberdade, minha gente, é o grande sentido da vida, que enseja a amizade, o afeto, a paz, o sorriso e o amor.

Petrobras e balanço
Deve ter sido difícil para o Conselho da Petrobras, e será mais caro para o povo, apresentar o balanço das contas da estatal em chamas. Há fogo, fumaça e fio desencapado em vários flancos da grande Petrobras. O lucro, que despencou 38% em relação ao último trimestre do ano anterior, é apresentado como lucro, embora comprometido com o rombo dos roubos. Possivelmente seja anulado com o rastreamento dos valores perdidos nas operações da patifaria.

Pressa
A direção da Petrobras, governo Dilma, Polícia Federal e o Judiciário, devem agir com pressa. Ao contrário, as investigações que tramitam com iniciativa de outros países como Holanda e EUA, podem esclarecer muitas coisas antes do nosso país. Isso seria muito desgastante, de difícil digestão. A SEC (Securities anda Anchange Commission), que é semelhante à nossa Comissão de Valores Imobiliários – CVM, foi chamada para avaliar a situação da Petrobras.

Retoques:
* Não adianta as pessoas mostrarem irritação dizendo coisas mais ásperas, ou escarnecer das autoridades de quem esperamos atitude, nesta hora de punir corruptos. Algumas falsificações ou sobreposições de imagens para zombar de mandantes, expressam nada mais que ódio. Só prova e pressão pelo indiciamento dos culpados terá eficiência.
* O recado do então ministro Joaquim Barbosa, que liderou atitude punitiva e devolução do dinheiro roubado do povo foi inovação.
* A presidência da República não pode ser avaliada somente por medidas consideradas bondades ou maldades, no jargão popular. Estamos cobrando, isto sim, severidade quase heróica para punir os que lesam a pátria. Isso ainda não está muito claro. Há muito silêncio oficioso.
* Água e luz, o drama que estranhamente surpreende as cidades brasileiras. Cheia e seca acontece em toda parte. O trabalho urgente e continuado de prevenção, no entanto, é diferente em países diferentes.

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