Os trabalhadores dos Correios de Passo Fundo aderiram a paralisação da categoria durante a quinta-feira (29) e sexta-feira (30). Eles estão concentrados em frente a empresa, no bairro Petrópolis. A principal reivindicação é pela contratação de mais funcionários. No mês de dezembro, a categoria já havia realizado uma mobilização. Os funcionários devem retornar ao serviço na segunda-feira (02).
De acordo com o diretor da Subsede Passo Fundo do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect), Gelson Luis Zapello, há deficit de 30% de trabalhadores nos Centros de Distribuições Domiciliares (CDDs), ocasionando a sobrecarga de trabalho. “A empresa prometeu ainda em dezembro, que faria as contratações e não cumpriu. Estamos exigindo a contratação imediata. Há muitas correspondências e a população está sofrendo com isso. Nós, carteiros, levamos a culpa que é da empresa”, explicou Zapello.
Outra reivindicação é a entrega das correspondências pela parte da manhã. Atualmente, os profissionais caminham sob o sol forte da tarde. “Queremos fazer a entrega pela parte da manhã que é mais fresquinhos e a tarde faríamos o trabalho interno e entrega das cargas. Temos colegas que passam mal devido ao calor excessivo”, disse o diretor da subsede do sindicato em Passo Fundo. Na região, a adesão ao movimento é de 90% e acontece também nos municípios de Erechim, Marau e Lagoa Vermelha. Os caminhões com cargas não estão sendo impedidos de sair da empresa. No entanto, a entrega das correspondências está suspensa.
O que diz os Correios
Sobre a paralisação, os Correios esclarecem que a Empresa possui Acordo Coletivo de Trabalho com vigência até agosto deste ano, celebrado com as entidades representativas dos empregados, com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho. Em cumprimento a este Acordo Coletivo, os Correios mantêm processo permanente de negociação, realizando reuniões periódicas para discussão de temas de interesse dos empregados e que inclusive já resultaram em diversos avanços quanto às condições de trabalho e benefícios, como a questão da entrega matutina.
A respeito da necessidade de contratação de mais profissionais, os Correios esclarecem que, no último levantamento técnico da Empresa, o efetivo faltante no RS, por diversas situações de afastamentos (férias, atestados, INSS, aposentadoria, etc.), é de 210 empregados. A Empresa está trabalhando para suprir a demanda e deve realizar, em breve, contratação temporária para atender a necessidade de forma emergencial.
Quanto à entrega matutina, ela já começou a ser implantada conforme cronograma estabelecido no Acordo, que prevê a realização gradativa das mudanças. No Rio Grande do Sul, foi finalizada a primeira fase dentro do prazo estipulado, com a saída dos carteiros do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) Cruz Alta durante manhã desde o dia 15 de janeiro. Nas próximas fases, mais 19 unidades do Estado devem entrar no processo de entrega matutina seguindo o estabelecido no Acordo. É importante destacar que essa alteração impacta em diversos fatores da logística de distribuição, como horários de recebimento de carga das linhas aéreas, organização dos objetos postais durante trabalho interno nas unidades e período de entrega à população, por isso não pode ser implementada sem o planejamento adequado. Segundo nota divulgada ontem, a empresa cumpre todos os compromissos firmados em Acordo Coletivo de Trabalho e que as reivindicações da categoria de empregados dos Correios podem ser tratadas na mesa de negociação permanente sem a interrupção dos serviços postais e consequente prejuízo à população.