Crise da água: Aqui não falta, mas estamos desperdiçando

Vazamentos, ligações clandestinas ou redes antigas na área urbana contribuem para que 39% do volume de água tratada se percam

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Janeiro de 2013: Diante do baixo nível do volume de água na Pedreira, a Corsan inicia o processo de transposição de água do Arroio Miranda para a PedreiraJaneiro de 2013: Diante do baixo nível do volume de água na Pedreira, a Corsan inicia o processo de transposição de água do Arroio Miranda para a Pedreira
Janeiro de 2013: Diante do baixo nível do volume de água na Pedreira, a Corsan inicia o processo de transposição de água do Arroio Miranda para a Pedreira
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O governo de São Paulo anunciou, nesta quarta-feira, 28, que se a falta de chuva continuar, a capital paulista pode viver um racionamento mais rigoroso: dois dias com água por cinco dias de torneiras secas. Em Minas Gerais, a previsão é de que o estado pode sofrer com racionamento nos próximos três meses. No Rio de Janeiro, o racionamento ainda não foi aplicado, mas é uma possibilidade diante da falta de chuva. No Espírito Santo, o cenário é de alerta e esta é a pior estiagem dos últimos 40 anos no estado. Enquanto o sudeste sofre com a seca, Passo Fundo enfrenta um dos altos índices de desperdício de água tratada: cerca de 39% do volume de água se perde no processo de distribuição e não chega ao consumidor. Na área rural, esse número chega a 60%.

O desperdício de água acontece, não apenas nos banhos demorados, nas torneiras ligadas ou na água que não é reutilizada. Acontece, também, em função de vazamentos, ligações clandestinas ou redes antigas na área urbana – parte dela foi construída há quase 50 anos. Para o presidente do Comitê Rio Passo Fundo, Claudir Luiz Alves, a falta de tecnologia é uma das causas principais da perda de água na cidade. “Há terrenos em desnível e isso exige o aumento da pressão nos canos que transportam a água, podendo ocasionar rachaduras nos canos. Se a população não reclama de falta de água ou se não se pesquisa onde está o vazamento, não há como descobrir onde está a perda”, comenta.

O índice de desperdício, ainda que esteja reduzido em relação ao ano anterior, ainda é uma preocupação: “Essa perda de água pode fazer com que tenhamos que buscar outras alternativas de captação de água: ou um novo sistema de abastecimento ou uma nova fonte”, opina Claudir. Ele acrescenta, também, que o papel do Comitê, enquanto entidade gestora dos recursos hídricos, é o de incentivar o surgimento de alternativas viáveis para estancar a perda.

Perda física x Índice de Perda de Faturamento
O índice de 39% de desperdício equivale a uma perda física da água produzida nas estações de tratamento de água da Corsan e que não chega ao consumidor final em função de vazamentos por rompimentos acidentais nas redes de distribuição. Além deste índice, existe, ainda, o índice de perda de faturamento que, em Passo Fundo, equivale a 46% e corresponde a uma perda aparente de água, ou seja, a um volume consumido pela população, mas não contabilizado pela Corsan por problemas na submedição de hidrômetros instalados há mais de cinco anos, violados ou parados ou, também, por ligações clandestinas não detectadas pela Corsan.

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