O fim de semana foi festivo para a comunidade de Sede Independência, também conhecido como Taquari. Foi mais uma edição da tradicional Festa de Navegantes, padroeira da capela do local. Missa, churrasco, reunião-dançante e um diferencial: a procissão pelas águas do Rio Taquari-Mirim. Mais do que uma celebração litúrgica, teve forte conotação festiva. Do início ao fim da celebração, cantos e gritos de ‘viva Navegantes’. Uma devoção que chegou de Portugal, em consequência das navegações do século XV, representando a proteção de Maria aos que viajavam pelo mar. Na divisa entre os municípios de Passo Fundo e Marau está Sede Independência, aonde essa tradição já ultrapassa 70 anos.
Balsas no Taquari
A festa de Navegantes é “uma homenagem à Mãe das Águas”, explica o padre Wilson Pedro Lill, da Paróquia São Cristóvão, que celebrou a missa e a procissão fluvial. “É o diálogo inter-religioso, que aproxima a tradição europeia com a cultura afro”, completou, pois a festa também celebra Iemanjá. Após a missa iniciou a procissão. O andor com a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes seguiu em uma caminhonete até às margens do Taquari-Mirim. Ali estavam as duas novas balsas especialmente construídas para a procissão e decoradas com tecidos e balões azuis e brancos. A imagem seguiu na primeira balsa, enquanto os músicos e o coral acompanharam na outra. Crianças vestidas de anjos também participaram. Todos utilizando coletes salva-vidas e com o acompanhamento dos Bombeiros. Centenas de pessoas seguiram pela margem até a chegada, junto à ponte na RS-324. Espocar de fogos, gritos festivos e a imagem foi reconduzida à Capela. Chegou o momento da bênção da garganta, que é alusiva a São Brás. “Ele cruzou as velas e tirou o espinho da garganta de um menino e isso se popularizou”, explicou padre Wilson.