Em meio a algumas dezenas de pessoas, Adriane de Almeida era uma das mães com a lista de material escolar da filha de quatro anos na mão olhando preços e escolhendo produtos em uma das papelarias mais movimentadas no centro de Passo Fundo. Entre cadernos, lápis coloridos e folhas de diferentes texturas, ela procurava encontrar todos os itens pedidos pela escola. “Faz dois anos que ela frequenta a escola de educação infantil e este ano a lista está bastante grande. Olha só, é bastante coisa”, comentou mostrando uma folha de ofício com uma listagem de itens que ocupava todos os espaços.
Além de todas as coisas pedidas pela escola, a ideia de Adriane era ainda encontrar uma mochila nova. “Vou gastar bastante este ano. Certamente mais que no ano passado”, avaliou a mãe. E este ano, pela primeira vez, ela levou a filha junto, para dar a chance de que ela escolhesse alguns dos produtos. “Ela quer tudo da personagem que ela mais gosta, Monster High”, brincou. Tal como ela, muitos outros pais e estudantes em férias lotavam a papelaria e a expectativa dos lojistas é que quanto mais próximo ao período final das férias, maior seja a procura.
A média de gasto das famílias com cada filho tem ficado no mesmo patamar medido em janeiro, de R$ 100 a R$ 300, sem contar os livros didáticos, segundo a informação da gerência da papelaria. O principal variador do custo total é a escolha de materiais que tenham estampas de personagens de desenhos animados. Um lápis, por exemplo, pode variar de R$ 0,70 (exemplar de cor única) até R$ 2,50 (exemplar com personagem e borracha na ponta). O mesmo acontece com os cadernos, em que os modelos tradicionais podem sair até 80% mais baratos que os demais.
O que não pode
Este ano os preços dos itens mais tradicionais das listas estão entre 8% e 10% mais caros que no ano passado. Outra questão a ser observada na compra do material é que existem alguns itens que as escolas são proibidas por lei de incluírem nas listas, em especial os materiais de uso coletivo. De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor, com sede em Brasília, não podem ser pedidos itens como papel higiênico, material de limpeza e grampeador, ou o giz utilizado pelo professor. Já as cartolinas e papéis de ofício são permitidos, desde que não seja em grandes quantidades. Além disso, as escolas não podem indicar a marca dos produtos pedidos ou papelarias de preferência. A única indicação de lojas permitida é para compra de uniformes.
Ganhou quem se antecipou
A cada ano os lojistas do ramo afirmam que as famílias vem se antecipando para a compra do material escolar. Dessa vez, ainda em dezembro houve um incremento nas vendas dos itens, o que foi atribuído ao melhor aproveitamento do 13° salário. E quem aproveitou para fazer as compras ainda em dezembro ou janeiro, conseguiu produtos ainda sem o reajuste de preços. Isso, porque conseguiram comprar produtos ainda do estoque do ano passado. Mas quem deixar para o final de fevereiro, corre o risco de encontrar os itens com pelo menos 8% de aumento.