Um espaço que poderia estar sendo utilizado pela comunidade passo-fundense está fechado há mais de quatro anos. Trata-se da Capela C do Cemitério Municipal da Vera Cruz. O local foi reformado e revitalizado, obra entregue ainda no ano de 2008, mas que logo em seguida apresentou problemas. Fissuras no telhado favoreceram a infiltração da água da chuva, acarretando, entre outras situações, o risco de desabamento do teto.
A primeira vez que a capela apresentou problemas foi em um dia de chuva forte e em meio a um velório, quando a família precisou mudar a cerimônia de local porque a sala ficou alagada. Depois disso, sempre que chove, desce água pelo teto. Em consequência, as paredes estão emboloradas, o local tem cheiro forte de mofo, além de inúmeros insetos, e a estrutura de gesso está comprometida.
De acordo com uma pessoa que não quis se identificar, mas que acompanha a situação do local, a empresa que fez a obra, e que teria responsabilidade sobre ela, teria falido, não restando qualquer responsável para responder sobre os problemas ou fazer qualquer reparo. Por conta disso, as administrações municipais tem realizado algumas pequenas melhorias, mas que não surtiram o efeito desejado. Esse é o caso de um reparo que foi feito no telhado todo, que inclui as capelas A, B e C, mas a infiltração nesta última permanece, embora tenha diminuído.
Desde meados de 2010, quando a sala alagou pela primeira vez, a Capela C chegou a ser novamente disponibilizada em algumas situações de emergência, em que as demais capelas estavam ocupadas e em que os familiares não abriam mão de realizar o velório naquele local. Mas ainda no ano de 2011 o local foi interditado.
De acordo com o secretário municipal adjunto de Transportes e Serviços Gerais, Nharam Vieira de Carvalho, a Capela C “permanece fechada, porque durante essa infiltração deteriorou as paredes e o trabalho feito em gesso”, comenta. Segundo ele, a restauração do local poderá ser feita quando a infiltração for controlada. “Estamos verificando se vai haver infiltração de novo para que possamos fazer a restauração daquele espaço, da parte de pintura e retoque do gesso. Além disso, como o cheiro de mofo ficou forte, é preciso desinfetar”, explica.
O principal causa desse problema, conforme Carvalho, seria o material utilizado para fazer a cobertura, que favorece a infiltração de água da chuva. “Quando chovia, vinha água pelo teto. É um problema antigo, mas estamos tomando essa iniciativa para tentar sanar e liberar a capela para a comunidade nos próximos dias”, projeta o secretário adjunto.
Projeto pretende revitalizar e reformar
No ano de 2012 a situação chegou a ter a intervenção da Fepam que, na época, encaminhou um engenheiro ao local para fazer um laudo. A vistoria, segundo informações repassadas naquele momento à Reportagem do jornal O Nacional, deveria ter resultado em uma reforma por parte da empresa que coordenou a obra. Inclusive um processo judicial chegou a ser aberto para tentar obrigar essa empresa a realizar as melhorias, mas não avançou. Além disso, o período de responsabilidade de uma empresa por uma obra é de cinco anos, prazo este que já se encerrou.
De outro lado, por conta de ter pego uma situação em andamento da administração anterior e sem resolução, a atual administração está desenvolvendo um projeto que contempla a reforma das capelas. De acordo com o secretário de Transportes e Serviços Gerais, Cristiam Thans, a prefeitura está estudando um projeto para revitalizar o Cemitério Municipal da Vera Cruz e que vai contemplar a recuperação das capelas. “Pelo que sei, chegou a haver um processo judicial, mas que não avançou, mas isso ainda na administração anterior. Mas agora está em estudo na prefeitura essa revitalização, que também inclui as capelas, o que deve resolver a situação”, completa.