OPINIÃO

Música numa hora dessas?

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A coisa está preta, ou melhor, afrodescendente, greve pra cá e pra lá, aumento de tudo, impunidades. A gente não é contra a Petrobrás, a gente é contra com o que fizeram com ela. Mas, também com o BNDES, cuja auditoria tende a mostrar os descalabros. Tem gente que é contra tudo o que o PT fez, como se simplesmente não ser do PT indicaria melhoras imediatas. Tem gente que inocenta o PT de tudo, tipo a Velhinha de Taubaté, aquela que é considerada a última pessoa a acreditar no governo. No entanto, a roubalheira grassa em todos os níveis e em todos os partidos, as irregularidades são veladas ou escancaradas. Desde que o homem o é há corrupção e ladroagem. A gente está indignado, a gente somos inútil pelo fato de que os companheiros representavam a ultima esperança para um governo sério e cheio de moral. Eu se enganei e eu fui enganado.

Então, como é que o signatário escreve uma crônica inteira sobre música numa hora dessas (parodiando Veríssimo)? É que tem muita gente escrevendo sobre as desgraças e poucos sobre as coisas belas da vida. Melhor cantar.

Alguns amigos reclamaram sobre o esquecimento dessa ou daquela música. É que não há espaço para escrever tudo. Roberto Carlos quando gravou Um Milhão de Amigos era para dizer que queria vender 1 milhão de cópias de seu disco. A palavra brega que ganhou contornos de coisa antiga e melosa derivaria de um puteiro em Salvador na rua Padre Manoel da Nóbrega em que cantavam Odair José e Waldik Soriano. Com o tempo o salitre comeu as letras da placa da rua e ficou somente o brega, de Nóbrega. Então se dizia que lá no brega cantavam os músicos que traduziam corno ou amores não correspondidos.

Em 1972, Tito Bassani e eu fomos fazer uma prova na capital para tentar ingressar no Colégio Militar. Saíamos a caminhar entre o Brique da Redenção até o túnel e a rodoviária, não parecia tão longe. Tito comprou um violão (Giannini ou Sonelli, não lembro) e a música que tocava na loja era Song Song Blue, de Neil Diamond.

Quem não tem colírio (Raul) falava do uso da maconha, Fumacê (Golden Boys), também. A expressão Vou Ver Cristina (Caetano) significava que o cara que se ausentaria momentaneamente ía dar um tapa na pantera. A gente cantava essas coisas sem saber seus significados. Soy Loco Por Ty América, foi composta em 08 de outubro de 1968, no Beco da Fossa, por Gil e Capinam, dia em que divulgaram a morte de Che Guevara.

Essas possíveis idiotices que estou escrevendo às 05:22 horas dessa quinta de plantão, após ter drenado um tórax, revela possivelmente um traço psiquiátrico. Subitamente, deu-me vontade de descobrir os porquês de tudo o que mexe comigo. Parece que tudo tem explicação, tudo tem significado, que nada é ao acaso. Parece bobo, mas é legal quando a gente consegue explicar tudo, é como se gente fosse, de repente, entender e agradecer o sentido da existência e que coisas simples, assim, fazem a diferença numa vida de qualidade ou na qualidade de uma. vida

 

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