CTI Neonatal do HSVP atendeu 415 bebês em 2014

No Brasil, o nascimento de bebês prematuros corresponde a aproximadamente 9,2% dos nascidos vivos. No HSVP, a taxa de prematuros representa 20% dos nascimentos, porém nem todos necessitam de cuidados no CTI Neonatal

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A descoberta de uma gravidez traz felicidade e expectativa para as famílias. Porém, muitas mães se deparam com intercorrências e os bebês veem ao mundo um pouco antes do esperado. Quando o bebê nasce com menos de 37 semanas de gestação é considerado prematuro e na maioria das vezes, precisa de cuidados de um Centro de Tratamento Intensivo Neonatal. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo é referência no interior do estado em gestações de alto risco e Cuidado Intensivo Neonatal. Em 2014, 415 bebês receberam atendimento na unidade, sendo que a taxa de alta hospitalar chegou a 90%. Esse é o resultado de se ter uma estrutura de alta complexidade aliada à assistência multiprofissional capacitada e humanizada.

No Brasil, o nascimento de bebês prematuros corresponde a aproximadamente 9,2% dos nascidos vivos. No HSVP, a taxa de prematuros representa 20% dos nascimentos, porém nem todos necessitam de cuidados no CTI Neonatal. A enfermeira Josevane Conte ressalta que a CTI Neonatal e Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCO) do HSVP, atendem bebês das regiões Norte e Missioneira do Rio Grande do Sul e também de algumas cidades de Santa Catarina. Ela explica ainda que o espaço conta com 18 leitos na CTI Neonatal, sendo que 12 são para pacientes extremamente graves, e 8 leitos na unidade UCINCO, onde são realizados cuidados intermediários e o bebê está quase recebendo alta hospitalar. “A estrutura do CTI Neonatal do HSVP é de alta complexidade, com tecnologias que facilitam o cuidado e aumentam as taxas de sobrevida dos bebês, como por exemplo as incubadoras umidificadas. Além da estrutura, temos uma equipe de médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos, técnicos de Enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas que trabalham de forma multidisciplinar, discutindo os casos e encontrando as melhoras formas de cuidado e tratamento”, relata a enfermeira. Ela salienta ainda que, a Medicina Neonatal evoluiu muito permitindo assim um cuidado melhor e maiores índices de altas hospitalares. “No ano passado tivemos vários casos de prematuros extremos, com 24, 25 semanas de gestão e tivemos bons resultados. Há 10 anos atrás talvez esse bebês não sobrevivessem. Se compararmos com uma gestação de 38 semanas percebemos que é bastante diferença, esses bebês se desenvolvem dentro da incubadora e ficam mais suscetíveis ao manejo, as infecções, por isso o cuidado é minucioso”.

A médica Pediatra e coordenadora do CTI Neonatal e UCINCO do HSVP, Jaqueline Cabeda, também ressalta a importância da boa estrutura e equipe coesa para os resultados obtidos. Além disso ela destaca que mesmo com uma maior taxa de sobrevida para os prematuros, muitos pais se assustam com a notícia que os filhos vão precisar ficar na CTI. “Quando o bebê prematuro nasce o pai e mãe caem em um mundo totalmente diferente. Mas com o passar dos dias esses pais vão se adaptando a rotina de visitas, de cuidados até a chegada da alta”, conta a especialista.

Além de cuidar dos bebês a equipe dá suporte a estes pais, que precisam estar bem para acompanhar o dia a dia dos pequenos. Josevane explica que a equipe escuta os pais e os orienta, para que se sintam amparados e confiantes com o cuidado dos filhos. “Nós nos preocupamos com as mães, se estão dormindo se alimentando, pois precisam estar bem para produzir o leite, pensamos nos pais que muitas vezes ficam no trabalho e podem ver os filhos só a noite e também quando a família é de outra cidade procuramos saber onde estão hospedados e disponibilizamos as refeições para o acompanhante do bebê”, explica.

Humanização que faz a diferença

Josevane aponta como destaque do trabalho da CTI Neonatal a humanização do atendimento. Ela relata que toda a equipe busca sempre humanizar o cuidado. “Nós implantamos o banho de ofurô, que relaxa, acalma e ajuda no ganho de peso dos bebês, na coleta dos exames nós enrolamos o bebê, que é uma técnica que causa menos dor para a criança e traz mais segurança para o profissional, além de cuidado carinhoso e atencioso tanto para o bebê como para a família. Quanto menos traumas esse bebê tiver no CTI melhor será sua qualidade de vida no futuro”, pontua.

Muitos bebês passam dias e meses no hospital. Josevane relata que esse contato diário cria vínculos, tanto com o bebê como com a família. “Nós torcemos para que dê tudo certo, vibramos com as conquistas e também sentimos quando temos alguma perda. Quase todos os dias recebemos visitas de bebês que passaram pelo CTI e ver eles bem, com saúde, qualidade de vida é a nossa maior recompensa”.

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