Escola no Zachia continua sem luz, mas aulas começam

Enquanto reparos para garantir que as luzes das salas de aulas possam ser ligadas não são feitos, direção e professores improvisam e garantem que estudantes do noturno comecem o ano letivo

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Ano letivo começou ontem para os alunos do ensino fundamental do noturnoAno letivo começou ontem para os alunos do ensino fundamental do noturno
Ano letivo começou ontem para os alunos do ensino fundamental do noturno
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Para cerca de 200 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Guaracy Barroso Marinho, no bairro Zachia, o ano letivo começou somente ontem (11). Matriculados no turno noturno, estudantes estavam sem aulas por conta de um problema na rede elétrica que vem desde novembro do ano passado. Desse total de alunos, cerca de 50 fazem parte de duas turmas de ensino fundamental, os demais são do ensino médio, oferecido em parceria com a 7ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), através da escola Arcoverde.

Mas as aulas começaram não porque o problema foi sanado e sim porque a direção e professores improvisaram a iluminação. “Temos algumas salas de aula em que algumas lâmpadas acendem. Vamos colocar os alunos do fundamental nestas salas e acrescentar algumas lâmpadas com suportes, para que possam ter aulas e não atrasar mais o ano letivo. Embora seja precária a situação, vamos começar a dar aulas para duas turmas. Já os alunos do ensino médio, terão aulas no Arcoverde por enquanto”, explica a diretora do Guaracy, Rejane Inchoste.

De acordo com ela, o problema vem se estendendo desde o ano passado. “Quando o problema começou era final de novembro do ano passado. A prefeitura mandou os técnicos, eles olharam e em 24 de dezembro foi descoberto que vinha uma carga excessiva de energia do poste até a escola, o normal é 220 volts, mas vinha 330 volts”, explica. A sobrecarga ocasionou a queima de lâmpadas e de tomadas de luz, entre outros transtornos. Para a realização da cerimônia de formatura dos alunos no final do ano passado, por exemplo, foram instalados refletores. “E desde então, passou janeiro, passou fevereiro e ainda estamos sem luz”, completa Rejane.

A RGE informou, através da assessoria de comunicação, que os reparos no poste foram feitos em dezembro e que, desde então, o problema está sanado, restando agora os reparos dentro da escola, que seriam somente de responsabilidade do órgão competente na esfera municipal. Entretanto, como os problemas foram causados pela sobrecarga vinda do poste, a Procuradoria Geral do Município (PGM) estuda a possibilidade de cobrar o ressarcimento dos custos de conserto da RGE, já que a rede elétrica da escola não apresentava problemas antes desse incidente.

Com relação aos reparos, o valor estimado, de R$ 15 mil, requer, em princípio, processo licitatório. Entretanto, a Secretaria de Educação encaminhou à PGM um processo solicitando a possibilidade de contratação emergencial de uma empresa para a realização do serviço em virtude da urgência em resolver o problema. Segundo Tiago Stieven, coordenador administrativo da Secretaria de Educação, ainda na semana passada foi feita uma visita à escola para contabilizar os prejuízos. “Para dar uma ideia, são muitas lâmpadas danificadas. Tomadas são mais de 50. Então, mesmo que seja autorizada hoje a contratação, ainda demanda um certo tempo para fazer todos os reparos”, argumenta.

Ensino médio terá aulas no Arcoverde

Os alunos matriculados nas quatro turmas de ensino médio terão aulas na Escola Estadual de Ensino Médio Cardeal Arcoverde até que os reparos na Guaracy sejam feito. Conforme Santos Olavo Misturini, coordenador regional de Educação, uma reunião na terça-feira (10) definiu a proposta de trabalho para este público. “O alunos serão recebidos pela escola Arcoverde, sendo que os que moram no bairro Zachia receberão passagem para ir de ônibus da linha Zachia/UPF para as aulas e os que trabalham no centro irão direto para a escola. Ao final da aula, às 22h30 a Codepas estará com um ônibus na porta da escola para levar os alunos ao bairro. Depois de recuperada a rede elétrica, alunos voltam para Guaracy”, explica Santos.

O coordenador explica ainda que há cerca de 10 anos, os moradores do bairro Zachia pleiteavam o oferecimento de ensino médio no bairro: “como não apareceu possibilidades de construir uma escola, o Arcoverde abriu uma extensão na Guaracy. Assim todos os professores são lotados e os alunos matriculados no Arcoverde, mas desenvolvem atividades na Guaracy”, informa.

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