OPINIÃO

Tá chegando a hora, o dia já vem raiando...

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O Brasil não é um país tão pacífico como se apregoa. Desde 1930 tivemos a Revolução dos Tenentes e ascenção de Getúlio, a Revolução Constitucionalista de São Paulo em 32, a Intentona Comunista Luiz Carlos Prestes de 35, o fechamento do Congresso em 37, a deposição de Getúlio em 45, seu retorno em 50 e sua morte trágica em 54. Em 1955 dois vice presidentes (Carlos Luz e Café Filho) viam-se impedidos de exercer a presidência através de golpes militares. Em 61 Jânio renuncia após sete meses de mandato atribulado e confuso, ocorre o Movimento da Legalidade para empossar Jango. Em 64 há o golpe militar que seguiu-se por longos 21 anos.

Geisel em propósito de devolver o país ao comando dos civis demitiu o comandante do Exército Ednardo D’Ávila Melo e o ministro do Exército Sylvio Frota por exageros e morte em Wladimir Herzog e do operário Manoel Fiel Filho e por obstáculos colocados à abertura política. Tancredo se elegeu e não assumiu por ter morrido 38 dias após. Collor foi eleito com 35 milhões de votos e foi levado ao impeachment. Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, morreu no mar (informações copiadas do livro Testemunho Político, de Murilo Melo Filho).

Tivemos FHC, Lula e Dilma. Estabilizamos a moeda, criamos a Lei de Responsabilidade Fiscal e surfamos, até onde deu, nos benesses dos negócios com a China, que comprava nossa matéria-prima a peso de ouro e vendia-nos eletroeletrônicos a preço de banana. Era o Brasil, o país do futuro; minha geração e a dos nossos pais lutou e acreditou nisso.

Agora estamos aí, no descrédito interno e externo, com o mar de lama que se espraia em todos os setores do governo e atinge a casa do povo (Câmara dos Deputados) e a casa dos estados (Senado). Roubaram da gente, desde quando ? talvez desde sempre. Mas, agora chega. A declaração do imposto de renda que entregaremos em março e abril leva o dinheiro que a gente suou para ganhar, os nababos levam o dinheiro da maior empresa do país e gigante no mundo. Ninguém sabe, ninguém viu. O FIES está em esgotamento, a pátria educadora cortou em 30% os recursos da área da saúde, os hospitais estão com os repasses atrasados. As empreiteiras que bancaram as campanhas presidenciais tiveram seus diretores presos e seus negócios cancelados. Diante da quebradeira é melhor entregar todo mundo, eu faria o mesmo.

A maioria de nós não deseja a volta dos militares ao comando do país, a maioria de nós quer ordem e progresso e cadeia para os gatunos, de todas as esferas e de todos os partidos. O Brasil é mais do que viável, mas não por destino, por estar deitado eternamente em berço esplêndido, nem por ter um sonho intenso e um raio vívido. É viável por nós, cidadãos de bem, que querem deixar um país e pessoas melhores para o que virá.

 

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