OPINIÃO

Fatos - 16/03/2015

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Prevaleceu
Foi democrática, pacífica, mobilizou milhares em todo o Brasil, mas teve um componente que merece ser pontuado. Os atos organizados pelas redes sociais e realizados em 22 estados do Brasil, no domingo, não sensibilizaram os sindicatos de trabalhadores e, muito menos, teve presença de centrais sindicais. A CUT, é bom que se diga, realizou sua manifestação na sexta-feira e foi flagrada pela Folha de São Paulo, pagando em espécie aos participantes. Quem foi para a rua em Passo Fundo, por exemplo, na sua grande maioria faz parte de classes como empresários, profissionais liberais, produtores rurais, advogados, médicos, etc. Não houve vinculação partidária em momento algum e o ato durou pouco mais de duas horas. O ‘Fora Dilma’, a defesa do impeachment e até mesmo o pedido para a volta dos militares esteve presente no ato. Não houve consenso quanto ao número de participantes, se dez, cinco ou duas mil pessoas. No fim das contas, o que prevaleceu foi a democracia, pois atos como estes só são possíveis, seja eles realizados por qualquer classe social, num país democrático.

Peso
O peso das manifestações surtiu efeito no Palácio do Planalto. Reunida com o núcleo político do governo, a presidente Dilma Rousseff avaliou como expressivas as manifestações. Em outras palavras, o governo se surpreendeu com a adesão, especialmente em São Paulo, onde mais de um milhão de pessoas foram às ruas, segundo estimativa da Polícia Militar. Diante disso, o governo já traça estratégicas para lançar um pacote anticorrupção. Mas, precisará de muitas outras ações e torcer para que as duras medidas econômicas adotadas no o início do ano, e que afetam diretamente o bolso do povo brasileiro, efetivamente deem resultado, para que o país volte a crescer.

Reformas
Não teremos impeachment e muito menos a ditadura militar de volta. Quem prega isso não sabe o que está falando, desconhece a história do país e se torna um ‘Maria vai com as outras’ ao cair no conto das bobagens espalhadas pelas Redes Sociais. É importante dizer que a capacidade de mobilização do povo brasileiro é espetacular. Mobilização que precisa também ser exercida no momento que temos nas mãos o pode de decidir o que queremos para a sociedade: é pelo voto. Agora, resta respeitar o resultado das urnas como um exercício digno de cidadania.

O problema é nosso
“A corrupção não é um problema da Dilma, do Lula, do Fernando Henrique, nem do Collor, nem do Sarney. A corrupção é um problema nosso. Enquanto se achar que o problema é deles, vamos continuar a ter corrupção feia. No Brasil, quando decidimos que a escravidão era um problema nosso, acabamos com a escravidão e quando decidimos que a ditadura era um problema nosso, reconquistamos a democracia”. Marina Silva ao falar para estudantes brasileiros em Harvard, na semana passada.

Mudança
Marina Silva resumiu um sentimento que é de muitos brasileiros. O que ela expressa nos cabe refletir também no nosso dia-a-dia como simples mortais. Temos a tendência de sempre achar que a culpa dos problemas que enfrentamos é dos outros e nunca nossa. Somos todos responsáveis pelo que acontece em nossas vidas, assim como somos todos responsáveis pelo que vem acontecendo no nosso país. Na medida em que conseguirmos internalizar e admitir isso, bom, estaremos dando passo importante para uma real mudança. Talvez esta compreensão leve um tempo, porque toda a mudança é um processo de maturação.

 

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