O diálogo
Quem serão os protagonistas do diálogo? O governo acenou que quer conversar com os movimentos sociais. O mesmo aceno feito em 2013 depois da onda de protestos violentos pelo país. Não deu em nada, porque o movimento rejeitava partidos e líderes políticos. E agora? Quais são as lideranças e entidades representativas que sentarão à mesa com o governo para estabelecer uma pauta positiva? A ausência de representatividade das manifestações pode levar ao vazio, mais uma vez. Nosso sistema político depende da organização partidária e de líderes para fazer o papel de representantes da massa. Sem comando, uma multidão é só uma multidão na rua. A pressão das ruas tem que se materializar em outras esferas, através de representantes. Talvez o movimento de 2015 seja um pouco diferente dos anteriores porque, sim, há partidos políticos envolvidos. Resta saber quem tomar a dianteira.
Será o PMDB?
O PMDB tem se movimentado no sentido de protagonizar. Comanda o Senado e a Câmara dos Deputados. Renan Calheiros e Eduardo Cunha já deram sinais de que atuam de forma independente, mesmo estando na base aliada. O recado do vice Michel Temer para que o governo seja humilde e admita os erros, é instigante. E ontem, o PMDB decidiu apresentar proposta de reforma política propondo, entre outras coisas, o fim da reeleição e financiamento de campanha privado de forma parcial. A proposta não tem nenhuma similaridade com os principais tópicos defendidos pelo PT. Estou entendo bem, ou o PMDB está cada vez mais afastado do governo?
Correção
Uma correção necessária: a presidente Dilma Rousseff sancionou o Código de Processo Civil e não Código Civil como a colunista escreveu ontem. Há diferença entre os dois. Explicação de um advogado especialista repõe a informação da forma como deve ser: O Código Civil trata do direito material e o Código de Processo Civil (o sancionado) dos procedimentos e garantias do processo. Sem processo não há como alcançar os direitos materiais que estão no Código Civil, no que se refere a direitos privados. O CPC, que trata dos procedimentos, é a vida do direito, na verdade.
Fortunati
O PDT que já não vem de bons desempenhos agora estraçalhou de vez. Ao se licenciar do partido, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti, expôs a crise vivida pelos trabalhistas há muito tempo. Fortunatti não deixou a sigla, porque correria o risco de perder o mandato, apenas se licenciou. A decisão foi tomada depois de uma série de derrotas na Câmara de Vereadores muito por conta da postura quase que de oposição da bancada pedetista à administração municipal.
Disputa
Um grupo de advogados, entre eles, Júlio Cesar Pacheco, articula chapa para disputar a OAB de Passo Fundo. Ainda não se sabe se o atual presidente Alexandre Gehlen pretende concorrer a reeleição. Decisão só no segundo semestre.