OPINIÃO

Coluna Celestino

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Águas eram limpas
Um dos maiores inventos do ser humano, principalmente nos centros urbanos, foi o vaso sanitário que veio substituir os formatos grotescos das famosas patentes, construídas com latrinas cavadas na terra nua. As melhorias entraram para o uso da maioria da população após os meados do século passado. Logo surgiram os sanitários instalados em construções de alvenaria, substituindo as famigeradas casinhas, como se dizia no colégio Menino Jesus, há quase 60 anos. Mas, o que acontecia com o destino das fezes e urina? Tudo era drenado pelo solo. Já havia água encanada em Passo Fundo, que servia boa parte das moradias, inclusive algumas vilas. O rio Passo Fundo cruzava o que era uma ponta cidade. As águas, apesar de alguns efluentes ameaçadores pelo descuido dos moradores, eram limpas. Viam-se peixes até ali na antiga ponte que dava saída para a Petrópolis. Ali praticamente acabava a cidade.

Esgoto
Veio o progresso e expansão da cidade. O poço negro, para onde fluía o esgoto das residências, logo foi insuficiente. A população passou de 40 mil habitantes para 200 mil, nos dias de hoje. Há muitos riachos nas vilas, atingidos por dejetos. Durante muitos anos vimos o rio acabando. Morrendo, sem vegetação nas margens, barrancas desmoronando e inundado pelo esgoto. Fontes aterradas, banhados drenados para construções de moradias e asfalto, e muita sujeira infestando as águas. Como em todas as cidades, foi implantado o progresso e aparente modernidade. Será que não está faltando nada? Um rio podre é modernidade?

Recuperar
Nos últimos anos, especialmente no governo do prefeito Airton Dipp, ao mesmo tempo em que a cidade se levantou para nova fase de desenvolvimento, felizmente algumas medidas urgentes foram tomadas. As pressões de movimentos históricos em favor do ambiente e a percepção de mandatário levaram o prefeito a fincar o pé na macega e exigir obras de saneamento. A missão de recuperar a coleta e destino do esgoto passou a ser pressuposto do progresso. O projeto via COSAN foi iniciado. Ainda falta muito, mas Passo Fundo iniciou a redenção no saneamento. A coleta e tratamento do esgoto estão diretamente ligados à qualidade de vida dos moradores de Passo Fundo e à dignidade das pessoas. E mais, o rio poderá ter vida novamente. Rio sujo é morbidez. Rio limpo é saúde e felicidade!

Retoques:

* O que se prenunciava aconteceu. Escândalo protagonizado por uma quadrilha na Caixa Federal, em 100 milhões de reais. Acusados até gerentes, tidos na confiança da instituição.
* João Vaccari Neto tesoureiro do PT respondendo denúncia por envolvimento em caixa -2. O partido insiste em manter solidariedade ao tesoureiro acreditando na sua inocência, aliás, presumida constitucionalmente por todos os acusados não condenados ainda. Mesmo assim é um “taquaraço” na decantada incolumidade petista.
* São tantos os rumores sobre flancos de corrupção que a própria informação precisa acautelar-se para não se embrenhar num ubícuo babilônico de fatos e versões.
* Entre Lava Jato, delações premiadas e a indisfarçável revolta popular, é momento de dispensarmos manifestações tanto dos fanáticos amigos do rei, como dos lunáticos que pedem a ditadura para o país.
* Bem tumultuada é a versão sobre os depósitos bancários em contas no exterior, via HSBC. Diante do surgimento de nomes ligados à grande imprensa, no Swissleaks, um velho truque de ódio foi aplicado na divulgação do nome de filhos do jornalista Alberto Dines, que não residem no Brasil e residem há mais de 30 anos nos EUA. Ao citarem os depositantes, aludiram ao nome do pai, que nada tem a ver com o assunto, mas é um crítico dos monopólios da comunicação.
* Viu? Todos os envolvidos no escândalo Lava Jato são pessoas do dinheiro! Os depósitos suspeitos no estrangeiro, além de barões da imprensa, tem até nomes de figurões da Receita Federal e do Rio de Janeiro. É muito dinheiro.

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