O vigilante Renato de Aguiar Soares, que trabalha no prédio da antiga prefeitura, encontrou, na manhã de segunda-feira, um mosquito com as caraterísticas do Aedes aegypti. A reação dele foi capturar o inseto e encaminhar para o órgão competente. A amostra coletada por ele faz parte das 349 que estão aguardando análise na Vigilância Ambiental em Saúde da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Elas se somam às outras 1.133 que já foram analisadas somente este ano pelo setor.
O número é considerado muito alto. Desse total, nem todas deram resultado positivo para o mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya, mas significa que a proliferação de insetos pode ser considerada intensa em Passo Fundo. Para os órgãos de vigilância, o problema pode estar no lixo espalhado pela cidade, que colabora com o aumento da população de mosquitos. Isso, porque qualquer local que contiver água parada pode ser propício para que o mosquito coloque seus ovos. Até mesmo uma tampa de garrafa largada na rua que possa vir a ser preenchida com água da chuva pode se transformar num criadouro para os mosquitos.
Conforme a Vigilância Ambiental em Saúde da CRS, que recebe amostras encaminhadas pela Vigilância em Saúde do município de Passo Fundo e de todos os demais municípios da região de abrangência, nunca antes aconteceu um número tão grande de análises de amostras. Outro dado importante é que a maioria desses municípios tem resultados positivos para o Aedes aegypti.
A demanda de amostras é tão grande que Coordenadoria Regional precisou contratar mais um funcionário para o Laboratório de Entomologia, responsável pelas análises. Isso, porque cada amostra de larva, por exemplo, possui de três a 10 unidades, e todas precisam ser testadas. Além disso, o número de mosquitos adultos para avaliação, e com resultado positivo, também tem sido muito superior a qualquer ano anterior.
Lixo é um problema
A grande quantidade de lixo espalhada pela cidade, especialmente em terrenos baldios, pode ser uma das principais causas para o grande número de insetos, principalmente mosquitos, que tem sido alvo de reclamações da população. “Temos que ter uma preocupação imensa de não jogar lixo pela rua, não deixar lixo acumulado em terrenos baldios, porque isso acaba propiciando água parada. E também contribui não só para a proliferação de larvas de mosquitos da dengue, como favorece o aparecimento de outras doenças”, esclarece a coordenadora da Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, Mara Dill.
De acordo com ela, é muito importante que as pessoas limpem seus terrenos e não deixem acumular lixo ou água na frente de suas casas. “Em qualquer água, qualquer recipiente, qualquer potinho que possa ter água parada já pode acontecer a colocação do ovo, o desenvolvimento da larva e depois, do mosquito”, salienta.
Comitê se reúne no dia 24
Reativado na última semana, o Comitê de Enfrentamento à Dengue tem reunião marcada para a próxima terça-feira, dia 24 de março. O grande número de focos do mosquito e os casos importados confirmados de dengue no município foram os motivadores da reativação. Na primeira reunião foram apresentadas ideias e sugestões em relação às ações para prevenção das doenças causadas por este mosquito.
Cada um fazendo a sua parte
A ação mais simples para prevenção da dengue é evitar o nascimento do mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação. Para isso, é preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodução. A regra básica é não deixar a água, principalmente limpa, parada em qualquer tipo de recipiente.
Como a proliferação do mosquito da dengue rápida, além das iniciativas governamentais, é importantíssimo que a população também colabore para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Para se ter uma ideia, em 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas.
Então, a dica é manter recipientes, como caixas d’água, barris, tambores tanques e cisternas, devidamente fechados. E não deixar água parada em locais como: vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores, além de outros locais em que a água da chuva é coletada ou armazenada.
É bom lembrar que o ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde foi depositado o ovo estiver seco. Caso a área receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta em um espaço de tempo entre 2 e 3 dias. Por isso é importante eliminar água e lavar os recipientes com água e sabão
(Fonte: Ministério da Saúde)