OPINIÃO

Fatos - 21-22/03/2015

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Servidores X Prefeitura
Algumas informações são necessárias para que a população entenda o que de fato envolve a negociação da data base dos servidores municipais. Primeiro, o Executivo e o Simpasso (sindicato que representa a categoria) reuniram-se por sete vezes. O Simpasso pediu 13,1% de reajuste e o Executivo iniciou com uma proposta de 5% e encerrou com uma de 7,7%. O Executivo avançou e o Simpasso recuou na tentativa de um acordo, apresentando uma contraproposta de 10%, sendo 7% agora e outros 3% parcelados. Como não houve acordo, a direção do Simpasso rejeitou a proposta do Executivo e anunciou um ‘estado de greve’, que não é greve. Durante toda a sexta-feira, o sindicado manteve cerca de 150 pessoas mobilizadas em frente a Prefeitura. No entanto, o ‘estado de greve’ acabou por fechar cerca de 20 escolas municipais, segundo o Centro Municipal de Professores, e atingiu a rotina de centenas de pais que trabalham e precisam de seus filhos na escola.

Decisão
No entanto, a decisão da direção do Simpasso não representa a decisão da categoria sobre o reajuste. A posição só será conhecida na terça-feira, quando o sindicato realiza uma assembleia geral. Estão convocados, teoricamente, os mais de 3 mil servidores do município. É eles quem devem dizer se concordam ou não com o índice. Índice que, aliás, não será computado mais no salário de março porque a folha fechou na sexta-feira e o reajuste não será retroativo. O fato é que, a manifestação do grupo que permaneceu o dia em frente a prefeitura, na sexta-feira, incomodou quem tentou trabalhar do lado de dentro do prédio. “Foi pesado”, confidenciou uma fonte.

Observações
1) O Simpasso tem a seu favor uma análise semiótica de que o município está bem. Reproduz para a categoria a imagem de estabilidade que é passada pelo próprio prefeito Luciano Azevedo no seu material de comunicação.
2) O Executivo, por sua vez, está errando na forma de comunicar. Não é uma questão de competência ou conteúdo, porque isso não falta à equipe comandada pela jornalista Luciana Meneghetti. Talvez um pouco mais de realismo e menos expressões de marketing fossem mais adequados neste momento.

Desenhando
Em outras palavras: os servidores, assim como todos os trabalhadores brasileiros, merecem ganhar muito bem. Aliás, os brasileiros trabalham muito e ganham pouco. Certo? E Passo Fundo, não é uma ilha. Está num Estado em crise, dentro de um país em crise. As prefeituras sofrem com queda de arrecadação e não estão recebendo repasses dos governos. Não tem dinheiro. Seria conveniente que o Simpasso, como entidade que representa uma classe plural pudesse deixar as disputas políticas de lado e entender esse momento. Assim como, seria adequado, que o prefeito Luciano pudesse ser mais direto sobre as contas do município e esclarecendo de forma direta que não há condições legais e nem financeiras para oferecer mais aos servidores. Porque ao final das contas, vale mais do que nunca o velho ditado: na briga entre o rochedo e o mar sempre sobra para o marisco.

 

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