A greve geral dos servidores municipais pode ser definida na próxima terça-feira (24) durante assembleia da categoria. A proposta de 7,7% apresentada pelo Executivo na última quinta-feira (19) foi rejeitada pela direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso), mas será apresentada aos servidores em assembleia na próxima terça-feira (24). Se a proposta for rejeitada, o segundo momento será a definição da realização ou não de greve. A assembleia está marcada para acontecer na Câmara de Vereadores, com primeira chamada às 15h30 e segunda chamada às 16h, conforme informou a assessoria de imprensa do sindicato.
As paralisações dos servidores municipais acontecem desde a última terça-feira (10), quando a categoria pedia, inicialmente, um reajuste de 13,01%. Agora, a nova proposta dos servidores foi de, no mínimo, um reajuste de 10%: 7% neste mês e 3% diluídos no segundo semestre, rejeitada pela administração. Foram sete rodadas de negociações até o momento. O Executivo apresentou propostas de 5%, 5,6%, 6%, 6,4%, 6,7%, 7,7% (5,5% em março e 2,2% para agosto, estendido ao ticket alimentação) e 7,7% (parcela única a partir de março, estendido ao ticket alimentação). Esta última é a que será apreciada pela categoria na terça-feira.
Segundo informações da administração municipal, durante a última rodada de negociações na quinta-feira (19), os 7,7% de reposição oferecidos pelo Executivo correspondem ao maior índice de inflação do país e está acima dos reajustes concedidos por municípios do mesmo porte de Passo Fundo. Esse reajuste representa desembolso de aproximadamente R$ 15 milhões anuais para os cofres da Prefeitura. De acordo com o procurador-geral do Município, Adolfo de Freitas, houve um grande esforço da administração, porém há um impedimento legal para ultrapassar esse último índice apresentado.
Na sexta-feira (20), a categoria paralisou as atividades mais uma vez e ficou concentrada em frente a Prefeitura de Passo Fundo. O Simpasso sugere que o município gaste menos com cargos de confiança e terceirizações para que consiga conceder aumento aos servidores municipais. “O Executivo falou que a capacidade máxima financeira orçamentária do município era de 5%, mas em menos de quatro dias chegou a um percentual de 7,7%. Entendemos que a prefeitura tem capacidade para evoluir nesta discussão. Não adianta se esconder atrás de uma certidão do Tribunal de Contas, que de certa forma mascara, e autoriza o número excessivo de terceirizados e de cargos em comissão, que hoje totalizam 280 cargos”, argumentou Ebling.
Neste momento, a categoria está em estado de greve. As manifestações continuam nesta segunda-feira (23), com dois momentos de atos marcados: um para as 11h e outro às 15h30, em frente à prefeitura. “A greve deve ser convocada a partir de terça-feira (24) durante assembleia e não tem prazo para terminar”, enfatizou Ebling.
Educação e Saúde
Do total de 67 escolas municipais, pelo menos 50 paralisaram na sexta-feira (20), segundo levantamento do Centro Municipal de Professores (CMP). Dessas, 20 paralisaram por completo as atividades e outras 30, parcialmente. Conforme o CMP, a paralisação parcial significa dizer que essas escolas funcionaram por algumas horas nos dois turnos para evitar a perda do dia letivo. Já os serviços de atendimento em saúde foram mantidos. Conforme Simpasso, vários servidores dessa área aderiram à paralisação, mas nenhum estabelecimento municipal de Saúde fechou totalmente as portas. Apesar da adesão, os serviços foram mantidos.